Isso proporciona ao silêncio a grandiosidade de um evento invisível.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quinta-feira, 4 de novembro de 2021
COMUNICAÇÃO HOJE
O grande paradoxo da comunicação é que sempre há mais vozes do que ouvidos no mundo para poucos discursos.
terça-feira, 2 de novembro de 2021
ADIVINHAÇÃO
Desaprendi a escrever
no naufrágio das palavras,
e tropeços do pensamento.
Agora exploro a grafia do ilegível,
os sinais rabiscados em cavernas,
a magia de letras esculpidas em pedras.
Há muito hermetismo na escrita dos loucos
e nos garranchos de uma criança.
Nada é figurativo.
Tudo é enigma pré discursivo.
Sou avesso a qualquer realismo.
sei que um risco diz mais do que um signo.
Por isso não leio.
Adivinho,
como quem interpreta
cartas de tarô.
sexta-feira, 29 de outubro de 2021
APRENDIZ DO VENTO
Resisto as inércias do barulhento silêncio humano,
e afirmo o indeterminado do movimento.
Tudo em mim é transitório e incerto,
Provisório arranjo dos quatro elementos,
onde o sopro é corpo e verbo.
A verdade em mim não é vontade
e identidade,
é um se fazer experiência
sem a ilusão de finalidades
ou causalidades.
Verdade é aprender a ser vento.
COISIFICAÇÃO
O mundo é feito de coisas.
Existimos para as coisas.
Apenas as coisas são.
Somos governados pela razão das coisas.
Pois só as coisas importam.
Você precisa de coisas.
pois o corpo
também é coisa
entre coisas.
As coisas estão em todas as partes.
Todo mundo é mais coisa
que gente
em um mundo intensamente coisado.
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
O SOM DA ESCRITA
Há uma sonoridade na escrita que transcende as letras arrumadas em delicado artesanato sobre a tela branca.
Ela sabe mais nossos olhos do que os ouvidos, confundindo os sentidos nas testuras e movimentos do texto que se inventa na nervura de um real ausente.
A linguagem é viva, mutante, e indomável, quando livre do jogo da representação ou do vazio da comunicação ordinária.
Ela se torna esta sonoridade que inventa a potência do sopro da voz, sendo onda e movimento, no compor das letras. Ou qualquer outra coisa além da própria letra.
A muda melodia do significado que sempre foge, alucina as palavras dentro do branco da tela.
O corpo encontra a si mesmo e se transforma nas abstratas sensações que o expandem no mágico som de uma escrita.
As palavras transcendem a comunicação no inventar de universos e transvalorações.
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
O FUGITIVO
Adivinho em cada momento um desvio,
em cada afeto uma fuga,
para tudo aquilo que avessa a vida
e me escravisa a banalidade.
Ir além da linguagem,
libertar o corpo da razão e do humano,
é meu sublime objetivo.
Sou onde não faço sentido,
onde desisto,
e nada mais é possível.
Penso e não sei
se realmente existo.
domingo, 24 de outubro de 2021
A TOPOGRAFIA DA ESCRITA
Um texto é uma geografia,
um ecossistema.
Habitamos palavras
e através delas penetramos em um território existencial.
O eu do texto é um ente que arruma letras arquitetando moradas e ausências.
Para ele a realidade é pura ficção, Visto que viver é um ato de imaginação criadora.
Assim, a verdade é qualquer ilusão que nos move como uma necessidade corpórea. É aquilo que nos leva a dançar, o texto como movimento, percurso, onde o caminhar cria o caminho. Não há texto que não contenha em si uma dimensão não verbal, que conforma uma ação no mundo. O texto é um modo de enxergar, de estar na paisagem e experimentar.
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
A ARTE DE PENSAR
O pensar não está na cabeça.
O pensar é corpo, presença,
intensidade e movimento.
Não é palavra que se sustenta,
é gesto e silêncio.
É natureza,
e não está no sujeito que acha que pensa
o pensamento que o inventa.
Pensar não cabe nos livros,
mas no verbo livre
que transfigura o mundo
como imagem em movimento
que através de nós
afirma a natureza.
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
A INTUIÇÃO DO CAOS
Há algo ausente que nos define a presença,
algo que virtualmente persiste
em tudo que fazemos,
que é dito, pensado, ou sabido.
Este algo insiste em um silêncio estridente.
Mas é impertinente e ausente.
É uma intuição de vertigem,
um brilho ofuscante e distante.
É um isso, um aquilo.
Algo que nós dissolve,
ou qualquer forma de caos.
O INIMIGO DA VERDADE
Confesso minha nulidade,
minha impaciência,
e má vontade com o mundo.
Adimito minha falta de objetivos,
meu desprezo pelos humanismos,
meu incorrigivel niilismo.
Não tenho vocação para fanatismos.
Recuso toda confissão de fé,
ou vontade de verdade.
Sou nulo, sou livre,
e sem vaidade.
Não advogo qualquer poder
sobre a realidade.
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