terça-feira, 2 de novembro de 2021

ADIVINHAÇÃO

Desaprendi a escrever 
no naufrágio das palavras,
e tropeços do pensamento.
Agora exploro a grafia do ilegível,
os sinais rabiscados em cavernas,
a magia de letras esculpidas em pedras.

Há muito hermetismo na escrita dos loucos
e nos garranchos de uma criança.
 Nada é figurativo.
Tudo é enigma pré discursivo.

Sou avesso a qualquer realismo.
sei que um risco diz mais do que um signo.
Por isso não leio.
Adivinho,
como quem interpreta
cartas de tarô.








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