Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
OLHO MÁQUINA
O
olho dentro da tela
vê
na medida que exibe.
Ele
está em todas as partes.
Ela
é todas as partes.
O
olho e a tela
definem
o mundo,
Nos habitam.
A tela
que vira olho,
É texto,
Imagem,
sentimento, pensamento,
E se confunde com o corpo.
A
tela é onde tudo existe
e
passa a fazer sentido.
Nela
convivemos,
enxergamos
e somos vistos,
em
um mundo que é imagem
e
maquina de produzir imagens
para
simular sentido,
para viver a tela e o olho
até a vertigem.
MICRO TRATADO ABSURDO SOBRE A LUZ E O OLHAR
Na
dualidade onda/partícula (vibração/matéria) a luz é energia em movimento entre
o tempo e o espaço. Mas dizer o que a luz é, é não saber a luz, é não
compreender os olhos.
A luz é corpo,
presença,
movimento,
que inventa o olhar.
Não há o que dizer sobre o olhar....
Até os cegos, os que não podem ver,
sabem olhar.
A luz é corpo,
presença,
movimento,
que inventa o olhar.
Não há o que dizer sobre o olhar....
Até os cegos, os que não podem ver,
sabem olhar.
quinta-feira, 17 de outubro de 2019
A ORDEM DISCURSIVA
Não
tem rosto ou autor.
É construído por normas e protocolos de
dizibilidades.
O
discurso tem pretensão a verdade.
Mas
não se confunde com ela.
Dentro
dele há outros discursos,
valores
e interdições meta discursivas.
O
discurso é feito de muitos silêncios,
comportamentos
e relações de poder.
É
sempre interessante acompanha-lo
onde
ele se cala,
onde
ele gagueja e semeia lapsos,
onde
se faz inaudível,
onde
já não consegue dizer
E esclarece o indizível...
E esclarece o indizível...
domingo, 13 de outubro de 2019
A DIGNIDADE DA FALA
Estamos todos habilitados a falar. Mas nossas falas estão cheias de vícios miméticos, poluídas por dizibilidades, limites, que aprisionam o dizer a um replicar coletivo de banalidades sociais.
Falar, entretanto, é um ato de criação antes de ser um exercício de comunicação e poucos são capazes de alcançar a dignidade do dizer.
É necessária a intuição de um poeta para saber a metafísica simples das palavras e a experiencia do não lugar do falar mais autêntico.
A qualidade do falar é o que nos faz dignos de participar do jogo social, esta ficção que constitui a essência do animal humano e que se reduz, em ultima instancia, a suas tantas dizibilidades, que fundam modos de ser.
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
BIO ESFERA
Sou o vivente que extrapola o ser , que compartilha com o meio, em sua diversidade, a constância do movimento, através de encontros e composições orgânicas e inorgânicas, que inventam o animal e o inumano que definem o humano no meio das coisas.
Tudo em mim é ambientação na paisagem que devem, que reduz o tempo a um fluir imanente da matéria.
Dentro do fora e fora por dentro, invento qualquer coisa que já é outra, que me afeta e é afetada.
quarta-feira, 9 de outubro de 2019
O HOMEM ÁRVORE
"O tempo em que o homem era uma árvore sem órgãos nem função,
Mas de vontade
E árvore de vontade que anda,
Voltará. "
Antonin Artaud
Mas de vontade
E árvore de vontade que anda,
Voltará. "
Antonin Artaud
O poema carta do homem árvore ( carta a Pierre Loeb) data de 23 de abril de 1947, mas remete a tempos imemoriais em que o homem era uma árvore sem órgãos, nem função, pura vontade em lugar de um organismo.
O homem árvore remete aos primórdios de uma consciência cósmica, situa-se no extremo oposto da digestiva humanidade da magia negra do último homem. Este semi cadáver inspirado pela ambição do lucro, pela ilusão técnico científica.
O homem árvore foi corrompido. Mas a carapaça do mundo presente terá que ceder, sucumbir ao acervo de horrores composto pelas ruínas de sua própria história.
Há de vencer a vontade do homem sem função, nem órgãos, que persiste oculto em devir a margem da modernidade.
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
A CONSCIÊNCIA COMO EXPERIÊNCIA DE MUNDO
A
consciência como efeito do corpo não dá conta do mundo. Contida nele é relação,
ponto de interseção entre o animal e o humano, entre o orgânico e o inorgânico,
o vivo e o morto, o possível e o impossível, o sentir e o pensar, dentre tantos
outros jogos de opostos que modulam nossa experiência do real.
Mas
a consciência também é fuga das oposições, composição de multiplicidades dentro
de multiplicidades, paradoxo e indeterminação.
Precisamos
não pensar sobre isso, provar um dia de sol espremendo o tempo como quem rouba
o suco de uma laranja.
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
ESPERANDO FUTUROS
Quero
desaparecer,
fugir ao cotidiano,
fugir ao cotidiano,
Amanhecer,
com cheiro de banho,
No
colo de qualquer infância futura.
O
amanhã é sempre o avesso,
O
estrangeiro,
Que
nos frequenta clandestino.
Despido
do hoje,
Inventamos
sempre horizontes,
Doblas,
as margens do possível.
sexta-feira, 27 de setembro de 2019
A ESCRITA COMO INVENÇÃO DE SI MESMO
Nenhum
dos livros que habitam sua estante há de
evitar sua morte ou transformar sua
vida. Livros criam apenas leitores, mas é a vida que inventa a escrita.
Escrever
é um modo de cuidado de si, de converter artesanalmente a existência em obra de arte, em narrativa de carne, afeto e pensamento. Não há fronteiras definidas entre a
oralidade e a letra, entre o cotidiano e a reflexão. Transitamos entre o vivido
e o pensado, entre o sentido e não sentido, na bio grafia da impessoalidade de
nossa perene existência.
A
descoberta da linguagem não cabe na
escrita fechada dos livros. Ela é fissura que esclarece o vivido e subverte qualquer disciplina e efeito de verdade.
Assinar:
Postagens (Atom)