Escrever para esquecer é o que faz de alguém um escritor. Trata-se de esquecer de si mesmo, de afastar-se de todo cotidiano, através da geografia abstrata das letras. É um desafio a vida e a morte, ao tempo e ao esquecimento.
Não há escritores no dia a dia, apenas na solidão do ofício da escrita onde quem escreve se faz invisível, inventa a si mesmo como um desconhecido.
Maurice Blanchot já nos alertava para esta estranha fronteira que é a literatura, entre o território do dizível e do vívido.