Na entrevista "Lacan , o 'libertador' da
psicanálise" concedida em 1981 a J.Nobecourt e reunida no primeiro volume
da edição brasileira de Ditos & Escritos, há uma frase de Foucault sobre
Lacan que é singularmente luminosa:
" A influência que exercemos não pode nunca ser um poder
que impomos.".
Poderíamos recontextualizar esta frase e
afirma-la como
uma premissa para pratica de si e de uma ética do
cuidado. Assim,
ultrapassamos os dispositivos de
poderque nos assujeitam, que nos acomodam a
uma
subjetividade estreita, condicionada a uma racionalidade
torta, que visa
sempre a instrumentalização do outro, o
ego como medida de todas as coisas e os
complexos
culturais como matriz de um comportamento de manada.
É isso que
produz singularidade, individuação, e nos
irmana no cultivo de uma vida
significativa ou simbólica.