A consciência sensível e a consciência intelectual possuem o mesmo objeto: a exterioridade do mundo. Mas representam percepções e experiências diferentes deste objeto. O mundo é irredutível as duas. Apresenta-se como algo concreto através do corpo e ao mesmo tempo como uma abstração do pensamento. Em ambos os casos ele nos afeta como uma experiência interior que se reduz a um fora, que em sua multiplicidade permanece em alguma medida inconsciente.
Mas toda forma de consciência é a percepção do exterior. Desta forma não existe consciência interior. Existe apenas expressão, movimento, de um fora que nos surpreende como um dentro, mas com o qual nos relacionamos através do filtro de determinadas configurações culturais ou simbólicas que definem o sensível e o intelectual. O sentir define o pensar e vice versa. Vemos apenas aquilo que podemos pensar. O próprio eu é exterioridade, o que inviabiliza a subjetividade como um contraponto do mundo. Sujeito e objeto são uma coisa só.