O cotidiano e suas micro
realidades, é onde a vida acontece no jogo entre continuidades e mutações
constantes. Tudo é perene e provisório no se fazer diário de nossos consensos de
mundo como representação e rotina.
O domínio do efêmero e do banal é
onde a existência ganha ás cores vivas de realidade através do imediatismo da experiência
subjetiva. É onde efetivamente existimos, onde as abstrações racionais fazem
pouco sentido.
O que torna a existência significativa
é justamente a concretude do imediato mais corriqueiro, o existir gratuito como fluxo de
momentos aleatoriamente encadeados. Atualmente, o refluxo do pensamento coletivo e das esperanças no
progresso da humanidade, levam a um interesse cada vez maior pelo simples senso
comum, pelo desenvolvimento de uma consciência do imediato e pelo calculo pragmático
de curto prazo como as melhores estratégias para a plena vivencia pessoal da realidade.
A historicidade, enquanto sentido
teleológico dos acontecimentos, já não é nítida e muito menos confiável. Não caminhamos para um mundo melhor. Os anos
apenas passam... A vida é o aqui e agora onde vários estilos cognitivos definem
a invenção cotidiana da realidade em
suas diversas instancias. Na privacidade da vida domestica não adotamos as
mesmas estratégias que norteiam o convívio social, tanto quanto também é diferente
daquele que adotamos quando confrontados com nós mesmos e nossa solidão. É como
se fossemos varias personas superpostas
que formam , assim, o mosaico que é nossa personalidade, somadas sua
dimensão consciente e inconsciente.