Todo ato de liberdade é dialógico.
Somos livres dos outros ou através dos outros. Nunca em relação exclusivamente
a nos mesmos. Por isso não vinculo a
liberdade a um agir “responsável” medido por suas consequências, ou ainda guiado pelos duvidosos preceitos de qualquer
moral.
As regras da liberdade pressupõe o conflito
entre o eu e o outro e não a afirmação abstrata de valores ou princípios
pretensamente universais. A liberdade é a vontade que se afirma com astúcia
contra os imperativos dos fatos dados e das convenções.
A liberdade é um ato de criação e
por isso se opõe a toda forma de conformismo. Não podemos reduzi-la a falácia da melhor escolha ou do
comportamento ético como afirmam os conservadores. Ser livre é pertencer a si
mesmo além do bem e do mal. O gozo é um ato privado e solitário. Por isso é
livre aquele que na afirmação de si transcende o outro como premissa da
afirmação positiva ou negativa de si mesmo.
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