sexta-feira, 4 de novembro de 2016

SER E DIZER

Dividido entre o sentido e o espanto
Invento o que sei
Através do dizer que me pensa
No encadeamento das palavras.
Sou apenas aquilo que o texto
Fez de mim
Contra todas as interpretações possíveis.
Ser é também

Uma questão de  hermenêutica.

DEFININDO O PÓS ESTRUTURARISMO


As generalizações abusivas e as narrativa inspiradas pelo herança de uma racionalidade iluminista, ou simplesmente, orientadas por uma filosofia do progresso e aperfeiçoamento do gênero humano, já não encontram eco nas labirínticas paisagens do mundo contemporâneo. Já não buscamos explicações ou respostas “objetivas”, “causalidades” ou conexões sistêmicas para domesticar o real e a História. 

Apenas escrevemos nossa literatura das coisas vividas e imaginadas sob a erosão de toda a tradição. Pensamos sobre ruínas e nos inventamos  além de qualquer futuro. Creio ser esta a melhor forma de descrever o campo do chamado Pós Estruturarismo inspirado pela filosofia de Niethzsche  que reune autores diversos como Foucault, Deleuze, Lyotard, Baudrillard, Paul Ricoeu, dentre outros.

NOTA SOBRE O TEMPO PRESENTE

Compartilhamos todos uma mesma época histórica, Mas vivemos  em tempos e lugares diferentes e em uma relação diversa com o passado imediato.  Nunca somos  plenamente contemporâneos de nosso próprio tempo, pois ele é múltiplo em suas possibilidades, processos  e significados. Por isso é muito difícil definir o atual período histórico. Ele só existe em nossas interpretações diversas como um ato linguístico e não identidario. O tempo do agora é virtual, fluido e plural em um agora cada vez mais estendido.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

SUPERANDO A HERANÇA ILUMINISTA: POR UMA HISTORIOGRAFIA DESCONSTRUCIONISTA

A História não é sinônimo de progresso e mudança social tal como protagonizado pelos  herdeiros do Iluminismo. Desde as duas grandes guerras  mundiais do ultimo século , tornou-se no mínimo constrangedor insistir em tal afirmação.

A história não é um processo orientado por um propósito que faz dos fatos históricos portadores de um significado racional. Tal ato teleológico é mero fato narrativo e diz respeito ao tipo de escrita que usamos para qualificar e escrever a história.
A ideia de totalidade não nos faz falta...


O fragmento, a quebra dos conceitos demasiadamente abstratos e racionalizantes já não despertam o mesmo entusiasmo. Não há como acreditar na racionalidade dos acontecimentos e nas virtudes da causalidade. Pelo menos não sem reconhecer nisso certa dose inflexível de crença objetivista e reducionista das realidades do  ser humano no tempo.

REALIDADE EM TEMPOS PÓS MODERNOS

Desrealizando a realidade e transmutando o mundo em fabula. Assim seguimos em frente neste dilatado tempo presente, fugindo ao niilismo reativo, as ruínas do iluminismo e ao vazio do autoritarismo utópico.


A única herança que nos legou os últimos séculos são as ruínas da teleologia e projeto iluminista de sociedade. Os juízos e a realidade já não formam um binômio a mercê das nossas intencionalidades.  A representação define o ser como mera simulação, como ato de linguagem. 

A EXISTÊNCIA SE INVENTA CONTRA CADA UM DE NÓS

Atualmente a produção de sentido e significado se tornou uma tarefa coletivamente ingrata. Já não há ideal de sociedade que nos sustente personas, hábitos sociais e memórias coletivas que definam um inequívoco mundo comum. Estamos condenados ao assombro de existir enterrados em nossas vidas individuais cuja privacidade é cada vez mais uma questão publica através das redes sociais.

Não há mais onde se esconder...


A existência socialmente se inventa contra cada um de  nós.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

DESCENTRAMENTO PÓS MODERNO

O descentramento do sujeito reside na desconsideração de um mundo significativo, pleno de sentido, na consciência de que os papeis sociais tradicionais e nossas personas sociais se diluíram. Tudo que  hoje nos define como sujeito é efêmero, provisório e complexo. É a diferença que se insinua em nossa consciência coletiva e não mais a identidade, seja ela qual for. 

Nos surpreendemos múltiplos, lidando com uma pluralidade interna e externa onde não é mais possível inequivocamente saber a realidade. Somos de certa forma estrangeiros em nossa própria realidade, pois ela se faz cada vez mais instável e definida pela ideia de crise.

DIANTE DO FUTURO

O que espero agora do futuro
É o simples acontecer da vida privada,
De um existir onde ainda predomine
Significados e sentimentos de mundo
Contra todas as evidências.
Preciso respirar o mar,
Mergulhar na terra
E me tornar o ar
No aprendizado do vento.
Os dias passam
Enquanto tento inventar

O meu canto.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

AFORISMO SOBRE O INDETERMINADO DO MUNDO

Pouco importa o que penso sobre o mundo, ele irá continuar existindo na pluralidade de opiniões.  Permanecerá sendo a revelia de minhas apostas e certezas.
Na desmedida de todas as coisas possíveis prefiro  existir sem rumo e sem direções.


quarta-feira, 26 de outubro de 2016

REALIDADE VIRTUAL

O mínimo para viver hoje em dia, devido ás novas tecnologias, tornou-se dispendioso. Passamos a existir em nossas próteses eletrônicas, nos artificialismos do virtual, como uma nova dimensão ontológica. Ninguém vivencia plenamente a contemporaneidade sem estar conectado. A própria  consciência esta se tornando um simulacro de si mesma. Nada mais diz respeito aos fatos, mas a imagética do real, sua hiper realidade informacional. O limite entre a ficção e a realidade foi finalmente ultrapassado pela narrativa.