Compartilhamos todos uma mesma
época histórica, Mas vivemos em tempos e
lugares diferentes e em uma relação diversa com o passado imediato. Nunca somos plenamente contemporâneos de nosso próprio
tempo, pois ele é múltiplo em suas possibilidades, processos e significados. Por isso é muito difícil
definir o atual período histórico. Ele só existe em nossas interpretações
diversas como um ato linguístico e não identidario. O tempo do agora é virtual,
fluido e plural em um agora cada vez mais estendido.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
SUPERANDO A HERANÇA ILUMINISTA: POR UMA HISTORIOGRAFIA DESCONSTRUCIONISTA
A História não é sinônimo de
progresso e mudança social tal como protagonizado pelos herdeiros do Iluminismo. Desde as duas
grandes guerras mundiais do ultimo século
, tornou-se no mínimo constrangedor insistir em tal afirmação.
A história não é um processo
orientado por um propósito que faz dos fatos históricos portadores de um
significado racional. Tal ato teleológico é mero fato narrativo e diz respeito
ao tipo de escrita que usamos para qualificar e escrever a história.
A ideia de totalidade não nos faz
falta...
O fragmento, a quebra dos
conceitos demasiadamente abstratos e racionalizantes já não despertam o mesmo
entusiasmo. Não há como acreditar na racionalidade dos acontecimentos e nas
virtudes da causalidade. Pelo menos não sem reconhecer nisso certa dose inflexível
de crença objetivista e reducionista das realidades do ser humano no tempo.
REALIDADE EM TEMPOS PÓS MODERNOS
Desrealizando a realidade e
transmutando o mundo em fabula. Assim seguimos em frente neste dilatado tempo
presente, fugindo ao niilismo reativo, as ruínas do iluminismo e ao vazio do
autoritarismo utópico.
A única herança que nos legou os últimos
séculos são as ruínas da teleologia e projeto iluminista de sociedade. Os juízos
e a realidade já não formam um binômio a mercê das nossas intencionalidades. A representação define o ser como mera
simulação, como ato de linguagem.
A EXISTÊNCIA SE INVENTA CONTRA CADA UM DE NÓS
Atualmente a produção de sentido
e significado se tornou uma tarefa coletivamente ingrata. Já não há ideal de
sociedade que nos sustente personas, hábitos sociais e memórias coletivas que
definam um inequívoco mundo comum. Estamos condenados ao assombro de existir
enterrados em nossas vidas individuais cuja privacidade é cada vez mais uma
questão publica através das redes sociais.
Não há mais onde se esconder...
A existência socialmente se
inventa contra cada um de nós.
terça-feira, 1 de novembro de 2016
DESCENTRAMENTO PÓS MODERNO
O descentramento do sujeito
reside na desconsideração de um mundo significativo, pleno de sentido, na consciência
de que os papeis sociais tradicionais e nossas personas sociais se diluíram.
Tudo que hoje nos define como sujeito é efêmero,
provisório e complexo. É a diferença que se insinua em nossa consciência coletiva
e não mais a identidade, seja ela qual for.
Nos surpreendemos múltiplos, lidando
com uma pluralidade interna e externa onde não é mais possível inequivocamente
saber a realidade. Somos de certa forma estrangeiros em nossa própria realidade,
pois ela se faz cada vez mais instável e definida pela ideia de crise.
DIANTE DO FUTURO
O que espero agora do futuro
É o simples acontecer da vida privada,
De um existir onde ainda predomine
Significados e sentimentos de mundo
Contra todas as evidências.
Preciso respirar o mar,
Mergulhar na terra
E me tornar o ar
No aprendizado do vento.
Os dias passam
Enquanto tento inventar
O meu canto.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
AFORISMO SOBRE O INDETERMINADO DO MUNDO
Pouco importa o que penso sobre o mundo, ele irá continuar
existindo na pluralidade de opiniões. Permanecerá sendo a revelia de minhas apostas
e certezas.
Na desmedida de todas as coisas possíveis prefiro existir sem rumo e sem direções.
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
REALIDADE VIRTUAL
O mínimo para viver hoje em dia,
devido ás novas tecnologias, tornou-se dispendioso. Passamos a existir em
nossas próteses eletrônicas, nos artificialismos do virtual, como uma nova
dimensão ontológica. Ninguém vivencia plenamente a contemporaneidade sem estar
conectado. A própria consciência esta se
tornando um simulacro de si mesma. Nada mais diz respeito aos fatos, mas a imagética
do real, sua hiper realidade informacional. O limite entre a ficção e a
realidade foi finalmente ultrapassado pela narrativa.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
A MATÉRIA PRIMA DA VIDA
O acontecer de uma vida humana não é objeto de
qualquer ciência. É acima de tudo um ato de consciência na imediaticidade da
experiência. Mesmo quando escrevemos uma autobiografia, o que ali se revela é
apenas uma imagem de nossa própria existência. O essencial não pode ser
compartilhado, nem mesmo cabe como objeto do pensamento.
O conjunto de fenômenos que
define uma existência humana em suas diversas perspectivas, seja biológica, ontológica
ou psicológica, personifica um somatório caótico de coisas. Algo dinâmico que,
na falta de um termo mais preciso, denominamos existência. Mas o existir só é um dado da
experiência na medida em que a existência é em todos os sentidos aquilo que é
exterior a si mesmo. Seu caráter é indeterminado. Existir não é um conceito ou
uma conclusão, é simplesmente uma premissa. A existência é aquilo que escapa a
linguagem. É o silencio que compartilhamos em nosso acontecer cotidiano.
INDIVIDUALISMO
O indivíduo se faz em sociedade oscilando entre autonomia e
controle,
Entre o silêncio e o ato
Que define o abstrato do social.
É preciso que alguém esteja sempre inventando o futuro
Enquanto o tempo passa .
Não importa o passado que nos alimenta
E fica cada vez mais escasso.
Apenas existem indivíduos...
Apenas existem indivíduos...
O individuo é seu próprio mundo.
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