Como diziam os antigos, a
História é como um grande teatro onde a Sorte (Fortuna) se diverte em
atrapalhar nossos planos, nossas teleologias cotidianas ou sublimes
idealizações éticas e intencionais. Dai a importância do não factual, pois a
construção da realidade é um desafio diário ao qual cada indivíduo em sua
privacidade ou no espaço publico da coexistência responde com as possibilidades oferecidas por
sua imaginação. No plano social nossas codificações e imagéticas cognitivas
estão sempre em processo de construção e reconstrução ou, simplesmente,
adaptação e readaptação as circunstancias.
Em termos históricos o social não
está condicionado ao horizonte da previsibilidade, pois os desdobramentos de
determinado evento não é prefigurado por suas supostas causas, como erroneamente
pode sugerir a visão retrospectiva, mas pelas variáveis que interferem em seus
desdobramentos produzindo novos contextos e conjunturas que contrariam sua
natural tendência a inercia a permanência simples de uma situação ou condição
anterior de dado estado de coisas.
O que se diz aqui é que a
História não faz sentido, não é dotada de um proposito, como , por exemplo, o
progresso da humanidade ou qualquer coisa que o valha. Não existe um processo histórico
dotado de uma racionalidade intrínseca ou um “fim da história”.
A aleatoriedade dos
acontecimentos e as sincronicidades estabelecidas entre diversos eventos em um
determinado contexto é o que nos leva
socialmente a situações novas e mais imprevisíveis do que gostaríamos que
fossem.