(...) tornar-se um consigo
mesmo, e ao mesmo tempo com a humanidade toda (...) é uma opção livre e de
decisão individual ... sem uma tal comunidade, o próprio indivíduo que se
fundamenta em si mesmo e é independente, não pode progredir por muito tempo.
C.G. Jung in A
Prática da Psicoterapia, vol. XVI das Obras Completas. Petrópolis: Ed.
Vozes, 1987.
É pouco observado o fato de que a
psicologia de C. G Jung procura dar resposta a falta de significado da
existência na sociedade que lhe foi contemporânea. O que ele atribuía a decadência
do patrimônio simbólico e referencias culturas da civilização ocidental. Assim,
podemos tomar sua obra como uma tentativa de responder a este impasse que,
remete ao niilismo como uma tendência ontológica na moderna sociedade de
massas, onde a despersonalização dos indivíduos e a secularização da
experiência cultural, já não permite encontrar um proposito para a vida através de
preposições metafisicas ou, simplesmente, da vida simbólica.
Mesmo os defensores da importância
da experiência do sagrado para a economia
psíquica, embora a contra gosto, não
podem deixar de admitir que nosso cenário
cultural é desfavorável a respostas deste tipo, a menos que abdiquemos de uma
existência dentro do tempo de agora e suas transfigurações técnico cientificas
e filosóficas.
Se o processo de individuação é a
grande resposta de Jung ao problema contemporâneo do niilismo, devemos também
considerar que se trata de uma resposta absolutamente não dogmática. Jung não
define exatamente o que entende por individuação. Tomemos este processo como a realização do inconsciente através de
uma consciência diferenciada e capaz de incorporar conteúdos da psique coletiva
a ponto de se entregar a um vir a ser constante onde o interior e o exterior funcionem como dois vasos comunicantes.
Assim, a individuação pressupõem
um duplo movimento de diferenciação da consciência individual, através da retirada de
projeções e integração de conteúdos inconscientes.
Do pondo de vista da experiência subjetiva, isso significa a consciência de que a vida faz e não faz sentido, ao mesmo tempo, e que tudo que podemos fazer é construir nossa individualidade como uma obra que oscila entre os dois polos do significado do não significado.
Do pondo de vista da experiência subjetiva, isso significa a consciência de que a vida faz e não faz sentido, ao mesmo tempo, e que tudo que podemos fazer é construir nossa individualidade como uma obra que oscila entre os dois polos do significado do não significado.