A realidade existe apenas enquanto representação de nossa
própria condição humana. Como não podemos perceber o mundo de fora de nossas
possibilidades cognitivas, então a realidade, que é a dialética do eu e do
mundo, é apenas aquilo que nos é sensualmente e intelectualmente legível.
A realidade não está condicionada
a nossa vontade, mas a nossa própria vontade é parte dela. Mesmo quando nossa
engenhosa imaginação elabora imagens e fantasias irracionais e que parecem distantes
da realidade, ela ainda é a matéria prima de tais fantasias.
A realidade não existe em si ou
para si, mas através de nossa percepção. Ela só é na medida em que existimos e
a tornamos real. Desta forma, tudo
aquilo que sabemos e potencialmente podemos saber já está prefigurado por
nossas possibilidades cognitivas. Assim, o humano é, de certa forma, a medida
de tudo aquilo que pode ser conhecido ou criado.
Não existe uma meta consciência
fora da percepção humana capaz de eclipsar sua apreensão do mundo, um absoluto
cognitivo que ofereça uma alternativa a percepção humana, da mesma forma as
coisas não existem em si mesmas, não apresentam uma “natureza”.
Somos aquilo que concebemos e
pensamos, e a realidade é um ato humano que acontece através da linguagem.