“A dialética nasce no terreno do
agonismo. Quando o fundo religioso se afastou e o impulso cognoscitivo não
precisa mais ser estimulado por um desafio do deus, quando uma desputa pelo
conhecimento entre os homens não mais requer que estes sejam advinhos, eis que
aparece um agonismo apenas humano.”
Giorgio Colli in
O NASCIMENTO DA FILOSOFIA
Estamos acostumados a acomodação
com opiniões superficiais sobre tudo. Raramente nos damos o trabalho de tentar
entender porque pensamos como pensamos e não de outra maneira. A soma de
impressões e ideias que nos parecem afetivamente significativas muita vezes,
aliais, encontram-se em desacordo com nossos atos.
Por tudo isso não é de fácil
definição o problema das verdades diárias que nos orientam entre os outros
através da vida coletiva. Raramente voltamos contra nós mesmos a arte do juízo.
Estamos sempre superficialmente
convictos de alguma coisa.
Mas as convicções humanas são frágeis, circunstanciais
e tolas. Daqui a cem anos nossas mais caras convicções podem ser consideradas tolices
infantis abandonadas por algum novo consenso de mundo.
Não vale a pena viver grandes
verdades ou render-se a alguma fé ou “positividade” de um mundo inteligível e permeável
a qualquer noção de ordem e sentido.