segunda-feira, 6 de julho de 2015

CONSIDERAÇÕES CÉTICAS

“A dialética nasce no terreno do agonismo. Quando o fundo religioso se afastou e o impulso cognoscitivo não precisa mais ser estimulado por um desafio do deus, quando uma desputa pelo conhecimento entre os homens não mais requer que estes sejam advinhos, eis que aparece um agonismo apenas humano.”

Giorgio  Colli in  O NASCIMENTO DA FILOSOFIA

Estamos acostumados a acomodação com opiniões superficiais sobre tudo. Raramente nos damos o trabalho de tentar entender porque pensamos como pensamos e não de outra maneira. A soma de impressões e ideias que nos parecem afetivamente significativas muita vezes, aliais, encontram-se em desacordo com nossos atos.
Por tudo isso não é de fácil definição o problema das verdades diárias que nos orientam entre os outros através da vida coletiva. Raramente voltamos contra nós mesmos a arte do juízo. Estamos sempre  superficialmente convictos de alguma coisa.
Mas  as convicções humanas são frágeis, circunstanciais e tolas. Daqui a cem anos nossas mais caras convicções podem ser consideradas tolices infantis abandonadas por algum novo consenso de mundo.

Não vale a pena viver grandes verdades ou render-se a alguma fé ou “positividade” de um mundo inteligível e permeável a qualquer noção de ordem e sentido.

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