Pode-se dizer que House é um tardio e rebelde discípulo de Shopenhauer. Mas a verdade é que ele nos oferece uma nova “filosofia do sofrimento” que se distancia de qualquer influencia romântica ou ascética. House é como uma espécie de Shopenhauer pós moderno que nos faz pensar sobre a complexidade da racionalidade contemporânea e a individuação como o mais viável de todos os princípios de vida. Isso é o mesmo que dizer que superar nossas representações de mundo é uma delicada opus niilista e uma reinvenção do saber cientifico...
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
SCHOPENHAUER: ENTRE A VONTADE E O NADA
Vinculada ao idealismo transcendental de inspiração kantiana, que pressupõe a realidade fenomenológica como uma representação subjetiva, a filosofia de Arthur Shopenhauer é, como se sabe, uma filosofia da vontade, vista como esencia da subjetividade e do eu.
Trata-se aqui de uma vontade universal e abstrata diante da qual o finito e limitado individuo humano mergulha nas “dores do mundo”. Há no pensamento de Shopenhauer um vinculo profundo entre vontade e sofrimento que lhe fez por merecer a alcunha de filosofo do pessimismo. Entretanto, não é propriamente o sofrimento que este autor nos ensina, mas a objetivização da vontade e a onipotência dos instintos como caminho para o essencial da experiência humana: O NADA que transcende a ingenuidade do mero “querer viver”...
domingo, 10 de janeiro de 2010
ESPECULAÇÕES SOBRE O TEMPO
A relação entre o presente e o passado constitui um estranho e cotidiano paradoxo. Afinal, a experiência do tempo presente pressupõe o passado imediato como uma tênue e incerta fronteira entre o agora e o antes. É impossível separar o acontecer de um do acontecer do outro. Entretanto, o presente permanece irracionalmente como o singular momento do sempre igual do novo em concreto e indeterminado devir...
Somente no presente a vontade manifesta-se como uma relação concreta com os objetos e coisas, nos fazendo sujeito e objetos de nós mesmos imersos em matéria, espaço e tempo...
Mas o próprio tempo é relativo... incerto e fugidio...
SOBRE A IGNORÂNCIA...
O que nos torna quem somos não é propriamente o caótico e pequeno universo de nossas convicções pessoais, memórias ou imagens subjetivas de mundo. Mas justamente tudo aquilo que ignoramos e desconsideramos em nossas opções e se faz parte do fundamental vazio de nossos sonhos e pesadelos de identidades e verdades eletivas.
Em poucas palavras, tudo o que pensamos ou concebemos sustenta-se sobre uma elementar e estrutural ignorância...
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
EROS IN MY LIVE
Eu amo teu vulto
Desfilando
Na imaginação de minhas almas.
Que escreve teu nome
Em meu pensamento
No grito anônimo
Do insano querer do amor.
Que te faz tempo e espaço
De mim mesmo...
Amo sem querer amar,
Até me perder no fato injusto
De te querer
Em patético desespero
E ilusão de mim mesmo...
ALONE...
A solidão tem a forma
Dos nossos sonhos
E buscas.
Não se justifica,
Nem se impõe.
Apenas acontece
No viver das coisas
Ao sabor do vento,
Ou sob o encanto
De uma musica anônima e anímica.
A solidão
É um modo
Para dizer
A nós mesmos
Quem somos
No profundo da finitude
E individuação.
I ME MINE...
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
O SONO DA VIDA
A vida dorme
Na hora que passa
Em passados de noites
E esperanças.
Sou menos de um terço
De mim mesmo,
Vazio de mundo e certeza
Adivinhando mudo
A esperteza de sortes
E acasos....
Na hora que passa
Em passados de noites
E esperanças.
Sou menos de um terço
De mim mesmo,
Vazio de mundo e certeza
Adivinhando mudo
A esperteza de sortes
E acasos....
MESMICES DE ANO NOVO
Novidade alguma
Da significado aos clichês
De novo ano
No eterno retorno
De mim mesmo no tempo vivido...
O novo é o sempre igual
De qualquer versão mais complexa
Da soma louca das coisas que me definem.
Nada faz sentido
No ocorrer do tempo
Que intimamente me definha
Nas ilusões de mundo...
domingo, 3 de janeiro de 2010
TEMPORALIDADE E DEVIR...
A vida dorme nas horas
Que passam,
Quase não se percebe
Em seu acontecer vazio
E breve...
Apenas o tempo
Me ensina as coisas
No pragmático imediato
Das cotidianas imanências...
Que passam,
Quase não se percebe
Em seu acontecer vazio
E breve...
Apenas o tempo
Me ensina as coisas
No pragmático imediato
Das cotidianas imanências...
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
REPENSANDO O NATAL
Celebração de origem pagã vinculada ao hemisfério norte, incorporada pelo cristianismo durante a Idade Media em franco exemplo de sincretismo religioso, o natal vem hoje em dia cada vez mais se desprendendo de suas formatações tradicionais/religiosas e transformando-se em um apêndice do reveillon enquanto rito de passagem e reminiscência de uma experiência da temporalidade cíclica de viés mitológico.
Em outras palavras, o natal vem se secularizando nos últimos anos, perdendo sua roupagem religiosa/mitológica para converte-se em uma experiência cada vez mais concreta e menos ritualistica.
Avesso a data, a excitação e caoticidade que definem este período final do ano nos grandes centros urbanos, vejo com bons olhos esta tendência a uma reinvenção espontânea da experiência natalina e, para minha surpresa, de alguma forma, percebo que não estou sozinho em tal perspectiva reformista.
Prova disso é o pequeno ensaio do historiador Boris Fausto publicado no caderno MAIS da Folha de São Paulo no último domingo ( 20/12) intitulado muito sugestivamente “Natal fora de tempo”, em referência ao seu reformismo natalino.
Parafraseando o autor, o natal se caracteriza, como outras comemorações, por um traço negativo, em grau mais elevado do que as outras: a celebração obrigatória e com data marcada. Considerando a tendência cada vez maior para metamorfoses do rito natalino, talvez um dia seja possível escalonar o natal ao longo do ano autorizando cada indivíduo à escolher seu mês favorito de natal diluindo os indesejáveis tumultos de fim de ano.
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