No conhecimento do sol
E dos saberes da lua
Organizo as horas
Perdidas em mundo.
Sigo sozinho
Pelos caminhos do tempo
Levando vazios e sonhos.
I can take care of myself...
Não sei meu último destino,
Os rumos do pensamento,
As inadequações e indagações
Dos sentimentos.
Sofro sozinho
As marcas do meu destino...
O caos dos sentiudos.
Que importa?
I can take care of myself...
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
RICHARD DAWKINS: THE GOD DELUSION
Líder de um movimento pró ateísmo surgido na Grã Bretânea, o biólogo britânico Richard Dawkins afirmou-se definitivamente em 2006, através do lançamento do surpreendente best seller DEUS UM DELIRIO, como uma atípica voz de sensatez em um cenário mundial definido pelo medo, pela incerteza e emergência de neo fundamentalismos tanto religiosos quanto laicos.
Em seu citado livro encontramos uma defesa apaixonada do imaginário cientifico e do pensamento critico contra as armadilhas e cristalizações do senso comum cotidiano. Particularmente acredito que o maior mérito é desmistificar a religião enquanto um tema tabu, quebrar o poderoso poder da crença, submetendo-a ao tribunal da razão com o mesmo status de qualquer outras questão contemporânea.
Ao afirmar o ateísmo como um ponto de vista legitimo e não um “desvio” excêntrico de pensamento, Dawkins contribui decisivamente para a construção de um imaginário cultural e social definido pela pluralidade e a tolerância de um modo realmente radical. Por outro lado, confrontando a hegemonia do senso comum, como alternativa as crendices e mistificações acriticas, que transcendem, diga-se de passagem, a questão religiosa, ele nos oferece o caminho do aprendizado da consideração cuidadosa das grandezas e certezas que definem nosso senso de realidade. Nesse sentido Dawkins vai muito alem da mera e tradicional dicotomia Ciência X Religião.
“O biólogo Lews Wolpert acredita que a esquisitice da física moderna é só a ponta do iceberg. A ciência em geral, ao contrário do da tecnologia, é violenta com o bom senso. Wolpert calcula, por exemplo, que “há muito mais moléculas em um copo d’agua do que copos d’agua no ocenao”. Uma vez que toda à água do planeta passa pelo oceano, pareceria que a conclusão é de que toda vez que você toma um copo d’agua há boas chances de que algo do que já bebendo tenha passado pela bexiga de Oliver Cromwell. É claro que não há nada de especial em Cromwell, nem em bexigas. Você não acabou de respirar um átomo de nitrogênio que um dia foi respirado pelo terceiro iguanodonte à esquerda da árvore cicadácea? Não fica feliz de viver num mundo em que, além de tal conjectura ser possível, você tem o privilégio de entender o porque dela? E explicá-la publicamente para outra pessoa, não como uma opinião ou crença, mas como algo que ela, quando tiver entendido seu raciocínio, se sentirá compelida a aceitar? Talvez esse seja um dos aspectos de que Carl Sagan quis dizer quando explicou sua motivação para escrever O mundo assombrado pelos demônios: A ciência vista como uma vela no escuro: “Não explicar a ciência parece-me perverso. Quando estamos apaixonados, queremos contar ao mundo todo. Este livro é uma declaração pessoal, que reflete meu caso de amor de vida inteira com a ciência”.”
( Richard Dawkins. Deus, um delírio/tradução de Fernanda Ravagnani. SP: Companhia das Letras, 2007, p. 464 )
Em seu citado livro encontramos uma defesa apaixonada do imaginário cientifico e do pensamento critico contra as armadilhas e cristalizações do senso comum cotidiano. Particularmente acredito que o maior mérito é desmistificar a religião enquanto um tema tabu, quebrar o poderoso poder da crença, submetendo-a ao tribunal da razão com o mesmo status de qualquer outras questão contemporânea.
Ao afirmar o ateísmo como um ponto de vista legitimo e não um “desvio” excêntrico de pensamento, Dawkins contribui decisivamente para a construção de um imaginário cultural e social definido pela pluralidade e a tolerância de um modo realmente radical. Por outro lado, confrontando a hegemonia do senso comum, como alternativa as crendices e mistificações acriticas, que transcendem, diga-se de passagem, a questão religiosa, ele nos oferece o caminho do aprendizado da consideração cuidadosa das grandezas e certezas que definem nosso senso de realidade. Nesse sentido Dawkins vai muito alem da mera e tradicional dicotomia Ciência X Religião.
“O biólogo Lews Wolpert acredita que a esquisitice da física moderna é só a ponta do iceberg. A ciência em geral, ao contrário do da tecnologia, é violenta com o bom senso. Wolpert calcula, por exemplo, que “há muito mais moléculas em um copo d’agua do que copos d’agua no ocenao”. Uma vez que toda à água do planeta passa pelo oceano, pareceria que a conclusão é de que toda vez que você toma um copo d’agua há boas chances de que algo do que já bebendo tenha passado pela bexiga de Oliver Cromwell. É claro que não há nada de especial em Cromwell, nem em bexigas. Você não acabou de respirar um átomo de nitrogênio que um dia foi respirado pelo terceiro iguanodonte à esquerda da árvore cicadácea? Não fica feliz de viver num mundo em que, além de tal conjectura ser possível, você tem o privilégio de entender o porque dela? E explicá-la publicamente para outra pessoa, não como uma opinião ou crença, mas como algo que ela, quando tiver entendido seu raciocínio, se sentirá compelida a aceitar? Talvez esse seja um dos aspectos de que Carl Sagan quis dizer quando explicou sua motivação para escrever O mundo assombrado pelos demônios: A ciência vista como uma vela no escuro: “Não explicar a ciência parece-me perverso. Quando estamos apaixonados, queremos contar ao mundo todo. Este livro é uma declaração pessoal, que reflete meu caso de amor de vida inteira com a ciência”.”
( Richard Dawkins. Deus, um delírio/tradução de Fernanda Ravagnani. SP: Companhia das Letras, 2007, p. 464 )
ERNEST CASSIRER E A CONDIÇÃO HUMANA
Ernest Cassirer foi um dos mais importantes pensadores do séc.XX. Os três volumes de sua FILOSOFIA DAS FORMAS SIMBÓLICAS (1929) permanecem sendo ainda hoje uma fonte indispensável para a compreensão da fenomenologia da cultura e do empreendimento humano.
Para o momento, entretanto, interessa-me particularmente seus ENSAIO SOBRE O HOMEM (1944) que pode ser lido como uma introdução a FILOSOFIA DAS FORMAS SIMBÓLICAS já que se ocupa dos mesmos temas de modo mais condensado. A primeira parte do livro, O QUE É O HOMEM compreende seus cinco primeiros capítulos. Enquanto a segunda parte, O HOMEM E A SOCIEDADE, seus sete capítulos finais.
Essencialmente, para Cassirer, o homem não se define como um animal rationale, mas como um animal symbolicum, na medida em que o símbolo é o que poderíamos definir o modo próprio de ser do homem. Seja através da arte, da linguagem, da ciência, da história ou do mito e a religião, o símbolo estrutura nossas configurações e representações de mundo. Mas a singularidade da vida simbólica e consequentemente da condição humana é a consciência individual. É ela quem nos coloca em um lugar especifico nas paisagens do reino animal. Como podemos ler na conclusão de seu ENSAIO SOBRE O HOMEM:
“É fato conhecido que muitas ações realizadas nas sociedades animais são não apenas iguais, mas em alguns aspectos superiores às obras dos homens. Foi com frequencia assinalado que, na construção de seus alvéolos, as abelhas agem como um perfeito geômetra, alcançando a mais alta precisão. Tal atividade exige um complexissimo sistema de coordenação e colaboração. Em nenhuma dessas realizações animais, no entanto, encontramos uma diferenciação individual. Todas são produzidas do mesmo modo e segundo as mesmas regras invariáveis. Não há qualquer latiutude para a escolha ou a capacidade individual. Só quando chegamos aos estágios superiores da vida animal encontramos os primeiros indícios de uma certa individualização. As observações dos macacos antropóides por Wolfgang Koehler parecem provar que há muitas diferenças de inteligência e habilidade nesses animais. Um deles pode ser capaz de resolver um problema que para os demais é insolúvel. E aqui podemos até falar de “invenções”individuais. Porém, para a estrutura geral da vida animal, tudo isso é irrelevante. Essa estrutura é determinada pela lei biológica geral segundo a qual os caracteres adquiridos não são passiveis de transmissão hereditária. Todo aperfeiçoamento que um organismo possa obter no curso de uma vida individual fica confinado a sua própria existência, e não influência a vida da espécie. Nem o homem é uma exceção a essa regra biológica geral. Mas o homem descobriu um modo de estabilizar e propagar suas obras. Não pode viver sua vida sem expressá-la. Os vários modos dessa expressão constituem uma nova esfera. Tem uma vida própria, um tipo de eternidade através da qual sobrevivem a existência individual e efêmera do homem. Em todas as atividades humanas vemos uma polaridade fundamental, que pode ser descrita de várias maneiras. Podemos falar de uma tensão entre estabilização e evolução, entre uma tendência que leva a formas fixas e estáveis de vida e outra que rompe esse esquema rígido. O homem fica dividido entre essas duas tendências, uma das quais procura preservar as formas antigas, enquanto a outra esforça-se para produzir novas formas. Há uma luta incessante entre a tradição e a inovação, entre forças reprodutivas e criativas. Esse dualismo é encontrado em todos os domínios da vida cultural. O que varia é a proporção dos fatores opostos."
Para o momento, entretanto, interessa-me particularmente seus ENSAIO SOBRE O HOMEM (1944) que pode ser lido como uma introdução a FILOSOFIA DAS FORMAS SIMBÓLICAS já que se ocupa dos mesmos temas de modo mais condensado. A primeira parte do livro, O QUE É O HOMEM compreende seus cinco primeiros capítulos. Enquanto a segunda parte, O HOMEM E A SOCIEDADE, seus sete capítulos finais.
Essencialmente, para Cassirer, o homem não se define como um animal rationale, mas como um animal symbolicum, na medida em que o símbolo é o que poderíamos definir o modo próprio de ser do homem. Seja através da arte, da linguagem, da ciência, da história ou do mito e a religião, o símbolo estrutura nossas configurações e representações de mundo. Mas a singularidade da vida simbólica e consequentemente da condição humana é a consciência individual. É ela quem nos coloca em um lugar especifico nas paisagens do reino animal. Como podemos ler na conclusão de seu ENSAIO SOBRE O HOMEM:
“É fato conhecido que muitas ações realizadas nas sociedades animais são não apenas iguais, mas em alguns aspectos superiores às obras dos homens. Foi com frequencia assinalado que, na construção de seus alvéolos, as abelhas agem como um perfeito geômetra, alcançando a mais alta precisão. Tal atividade exige um complexissimo sistema de coordenação e colaboração. Em nenhuma dessas realizações animais, no entanto, encontramos uma diferenciação individual. Todas são produzidas do mesmo modo e segundo as mesmas regras invariáveis. Não há qualquer latiutude para a escolha ou a capacidade individual. Só quando chegamos aos estágios superiores da vida animal encontramos os primeiros indícios de uma certa individualização. As observações dos macacos antropóides por Wolfgang Koehler parecem provar que há muitas diferenças de inteligência e habilidade nesses animais. Um deles pode ser capaz de resolver um problema que para os demais é insolúvel. E aqui podemos até falar de “invenções”individuais. Porém, para a estrutura geral da vida animal, tudo isso é irrelevante. Essa estrutura é determinada pela lei biológica geral segundo a qual os caracteres adquiridos não são passiveis de transmissão hereditária. Todo aperfeiçoamento que um organismo possa obter no curso de uma vida individual fica confinado a sua própria existência, e não influência a vida da espécie. Nem o homem é uma exceção a essa regra biológica geral. Mas o homem descobriu um modo de estabilizar e propagar suas obras. Não pode viver sua vida sem expressá-la. Os vários modos dessa expressão constituem uma nova esfera. Tem uma vida própria, um tipo de eternidade através da qual sobrevivem a existência individual e efêmera do homem. Em todas as atividades humanas vemos uma polaridade fundamental, que pode ser descrita de várias maneiras. Podemos falar de uma tensão entre estabilização e evolução, entre uma tendência que leva a formas fixas e estáveis de vida e outra que rompe esse esquema rígido. O homem fica dividido entre essas duas tendências, uma das quais procura preservar as formas antigas, enquanto a outra esforça-se para produzir novas formas. Há uma luta incessante entre a tradição e a inovação, entre forças reprodutivas e criativas. Esse dualismo é encontrado em todos os domínios da vida cultural. O que varia é a proporção dos fatores opostos."
ACASO
O Ponto certo
De um pequeno ato
Escrito no fundo
Do pensamento
É o vazio...
Um vazio tão intenso
E impreciso
Que nos ensina
O infinito,
O ilimitado
Das possibilidades da vida.
Sei apenas
Que todas as horas
Do dia
Resumiram-se
Repentinamente
Na subjetiva importância
De um único e minimo acontecimento
Em um ponto cego de momento certo.
De um pequeno ato
Escrito no fundo
Do pensamento
É o vazio...
Um vazio tão intenso
E impreciso
Que nos ensina
O infinito,
O ilimitado
Das possibilidades da vida.
Sei apenas
Que todas as horas
Do dia
Resumiram-se
Repentinamente
Na subjetiva importância
De um único e minimo acontecimento
Em um ponto cego de momento certo.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
CRONICA RELAMPAGO XLIII
As coisas realmente importantes, como se costuma dizer, estão além das palavras, não podem ser nomeadas ou articuladas. Nem por isso, entretanto, elas deixam de possuir veracidade, mesmo que aconteçam imprecisas e vagas no sem nome de alguma intuição ou opaco pensamento que traduz imprecisas percepções de realidade.
São estas coisas que nos calam, que nos deixam imóveis como se o próprio rosto desabasse no chão em um suspiro de quase absoluto nada. Elas pertencem aos silêncios e são inspiradas pelo onipresente vazio que nos funda a existência, que nos faz viver e fazer, buscar e acontecer. Tudo isso sem o consolo de qualquer contundente porque...
São estas coisas que nos calam, que nos deixam imóveis como se o próprio rosto desabasse no chão em um suspiro de quase absoluto nada. Elas pertencem aos silêncios e são inspiradas pelo onipresente vazio que nos funda a existência, que nos faz viver e fazer, buscar e acontecer. Tudo isso sem o consolo de qualquer contundente porque...
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
MEMORY
As lembranças que guardo
Definem
Quem sou no mundo,
Sustentam meu rosto
No dizer de passados
Perdidos e acumulados.
Carrego a marca viva
De todos os atos sofridos.
Sou sob a sombra
De tudo aquilo que fui
Um frágil momento
De mim mesmo
A se desfazer
Na paisagem da existência.
Definem
Quem sou no mundo,
Sustentam meu rosto
No dizer de passados
Perdidos e acumulados.
Carrego a marca viva
De todos os atos sofridos.
Sou sob a sombra
De tudo aquilo que fui
Um frágil momento
De mim mesmo
A se desfazer
Na paisagem da existência.
ESPECULAÇÕES SOBRE A ROTINA...
Os protocolos e rotinas da vida contemporânea afirmam a imanência como premissa elementar da existência. Não importa os valores ou convicções que nos sustentam, nossas vidas são necessariamente voltadas para a pragmática realização da mais imediata e concreta existência. Tudo é no fundo uma questão de sobrevivência...
Afinal, trabalhamos para ganhar dinheiro, pagar tributos e consumir coisas de acordo com nossas possibilidades. Até mesmo o lazer e o ócio são apêndices dessa ingrata dinâmica que obscurece até o limite todas as possibilidades de nosso tempo biológico e biográfico
Se você soubesse que morreria amanhã o que faria do dia de hoje? ... Essa é uma pergunta clichê para qual toda resposta é de algum modo duvidosa... ou insuficiente, já que vida alguma tem ponto final e tudo geralmente acaba em reticências...
Afinal, trabalhamos para ganhar dinheiro, pagar tributos e consumir coisas de acordo com nossas possibilidades. Até mesmo o lazer e o ócio são apêndices dessa ingrata dinâmica que obscurece até o limite todas as possibilidades de nosso tempo biológico e biográfico
Se você soubesse que morreria amanhã o que faria do dia de hoje? ... Essa é uma pergunta clichê para qual toda resposta é de algum modo duvidosa... ou insuficiente, já que vida alguma tem ponto final e tudo geralmente acaba em reticências...
O desaparecimento de um individuo é algo que nos faz tocar o vazio...
Crença alguma muda isso.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
ABUSURD DAY
Há ocasiões
Em que as coisas
Parecem desfeitas,
Como se o dia coresse
Ao contrário,
Contrariando todas as certezas,
Rotinas e possibilidades.
É quando
As horas explodem
Em vazios,
Revelam a alma dos fatos
E nos ensinam
O não principio
Como principio…
Your just have to…
Bow to the absurd.
Em que as coisas
Parecem desfeitas,
Como se o dia coresse
Ao contrário,
Contrariando todas as certezas,
Rotinas e possibilidades.
É quando
As horas explodem
Em vazios,
Revelam a alma dos fatos
E nos ensinam
O não principio
Como principio…
Your just have to…
Bow to the absurd.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
JAMES HILLMAN AND LOVE...
Considero James Hilman um dos mais originais autores e pensadores da psique e sua dinâmica. Em sua singular interpretação da herança de Jung, ele nos permite fugir de nossos limites culturais construindo imagens e representações novas da psique através de um resgate dos “paradigmas” e simbolismos pagãos, ele nos convida a um jogo entre sentido e não sentido, entre imaginação e realidade, na qual os opostos se comunicam em absoluta simetria e pluralidade.
Quando transcendemos o monoteismo de um Self totalizante nos lançamos a aventura de uma configuração multipla e incerta de realidade, a um desaprendizado de nós mesmos onde a única certeza é a busca, não de verdades, mas de possibilidades, em meio a diversidades que transcendem qualquer noção de opus, ou, simplesmente, as redefine no contexto da contemporâneidade …
ALL YOU NEED IS LOVE....
Lembro-me vivamente agora, por exemplo, de um fragmento de Entre Vistas: Conversas com Laura Pozzo sobre psicoterapia, biografia, amor, alma, sonhos, trabalho, imaginação e o estado da cultura muito inspirador... Principalmente porque nos conduz a uma releitura das imagens que temos do amor e sua importância de um modo que viva e particularmente me leva subjetivamente aos Beatles, em especial a sua fase psicodelica e as mais autênticas vivências das inspirações de eros…
No fundo todos temos medo do amor… E isso o faz revolucionário em um sentido laico e profundamente secular e psicológioco…
“Laura Puzo.
“Porque temos medo dele.”
James Hillman.
"… e ele pode surgir a qualquer minuto. E o que ele quer é a psique. Ele está atrás da alma, tem um trabalho a realizar na alma. Quero dizer, o amor esta muito mais interessado em nossas fantasias, em nossas imagens e complexos doq ue em nós, pessoalmente, naquilo que sentimos, precisamos, desejamos. Por isso morremos de medo. Ele ativa todos os complexos. Torna nossas fantasias irresistiveis, douradas. Afrodite Dourada, como foi chamada. Brilhante. Flamejante. Mas o amor não é uma força independente exterior às imagens, aos complexos. Esta bem dentro deles. O eros já está dentro da psique, pronto para pegar fogo. A psique é um material altamente inflamável. Estamos sempre embrulhando nossas coisas com amianto, mantendo nossas imagens e fantasias ao alcance da mão porque elas estão cheias de amor. Veja: Freud estava certo- o conteudo da psique reprimida é eros. E Resistencia tem a ver com paredes `a prova de fogo. Naturalmente todo mundo dá as costas para a analise, para seus sonhos e figures tais como Maribel. Elas estão carregadas de amor. Mas o caminho para o amor não é o imediato, você não pode ir direto nele. Terapias que encorajam o amor, que se focam na transferência, cometem o erro de ir direto nele. Pelo menos para mim o caminho é via alma, via imagem, onde o amor se esconde…É só começar a falar com alguem a partir da alma, sobre a alama, sobre o medo da morte, sobre uma lembrança dolorosa, pequenas desavenças, isolamento, e num instante surge o amor. Naturalmente, ele inrompe em sessões de terapia: onde ouver a psique, há amor, eros. O amor vem à terapia para encontrar a psique, para se tornar psicológico, e é realmente um erro psicológico tomar o amor de uma maneira pessoal. Claro, parece pessoal, porque amor é interior, íntimo, mas esta interioridade refere-se à alma, à ativação de complexos”.
(James Hilman. Entre Vistas: Conversas com Laura Pozzo sobre psicoterapia, biografia, amor, alma, sonhos, trabalho, imaginação e o estado da cultura/ tradução de Lucia Rosenberg e Gustavo Barcellos. SP: Summuis, 1989, p.194-195.)
Quando transcendemos o monoteismo de um Self totalizante nos lançamos a aventura de uma configuração multipla e incerta de realidade, a um desaprendizado de nós mesmos onde a única certeza é a busca, não de verdades, mas de possibilidades, em meio a diversidades que transcendem qualquer noção de opus, ou, simplesmente, as redefine no contexto da contemporâneidade …
ALL YOU NEED IS LOVE....
Lembro-me vivamente agora, por exemplo, de um fragmento de Entre Vistas: Conversas com Laura Pozzo sobre psicoterapia, biografia, amor, alma, sonhos, trabalho, imaginação e o estado da cultura muito inspirador... Principalmente porque nos conduz a uma releitura das imagens que temos do amor e sua importância de um modo que viva e particularmente me leva subjetivamente aos Beatles, em especial a sua fase psicodelica e as mais autênticas vivências das inspirações de eros…
No fundo todos temos medo do amor… E isso o faz revolucionário em um sentido laico e profundamente secular e psicológioco…
“Laura Puzo.
“Porque temos medo dele.”
James Hillman.
"… e ele pode surgir a qualquer minuto. E o que ele quer é a psique. Ele está atrás da alma, tem um trabalho a realizar na alma. Quero dizer, o amor esta muito mais interessado em nossas fantasias, em nossas imagens e complexos doq ue em nós, pessoalmente, naquilo que sentimos, precisamos, desejamos. Por isso morremos de medo. Ele ativa todos os complexos. Torna nossas fantasias irresistiveis, douradas. Afrodite Dourada, como foi chamada. Brilhante. Flamejante. Mas o amor não é uma força independente exterior às imagens, aos complexos. Esta bem dentro deles. O eros já está dentro da psique, pronto para pegar fogo. A psique é um material altamente inflamável. Estamos sempre embrulhando nossas coisas com amianto, mantendo nossas imagens e fantasias ao alcance da mão porque elas estão cheias de amor. Veja: Freud estava certo- o conteudo da psique reprimida é eros. E Resistencia tem a ver com paredes `a prova de fogo. Naturalmente todo mundo dá as costas para a analise, para seus sonhos e figures tais como Maribel. Elas estão carregadas de amor. Mas o caminho para o amor não é o imediato, você não pode ir direto nele. Terapias que encorajam o amor, que se focam na transferência, cometem o erro de ir direto nele. Pelo menos para mim o caminho é via alma, via imagem, onde o amor se esconde…É só começar a falar com alguem a partir da alma, sobre a alama, sobre o medo da morte, sobre uma lembrança dolorosa, pequenas desavenças, isolamento, e num instante surge o amor. Naturalmente, ele inrompe em sessões de terapia: onde ouver a psique, há amor, eros. O amor vem à terapia para encontrar a psique, para se tornar psicológico, e é realmente um erro psicológico tomar o amor de uma maneira pessoal. Claro, parece pessoal, porque amor é interior, íntimo, mas esta interioridade refere-se à alma, à ativação de complexos”.
(James Hilman. Entre Vistas: Conversas com Laura Pozzo sobre psicoterapia, biografia, amor, alma, sonhos, trabalho, imaginação e o estado da cultura/ tradução de Lucia Rosenberg e Gustavo Barcellos. SP: Summuis, 1989, p.194-195.)
O TEMPO E O FUGITIVO AGORA DA VIDA...
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