Líder de um movimento pró ateísmo surgido na Grã Bretânea, o biólogo britânico Richard Dawkins afirmou-se definitivamente em 2006, através do lançamento do surpreendente best seller DEUS UM DELIRIO, como uma atípica voz de sensatez em um cenário mundial definido pelo medo, pela incerteza e emergência de neo fundamentalismos tanto religiosos quanto laicos.
Em seu citado livro encontramos uma defesa apaixonada do imaginário cientifico e do pensamento critico contra as armadilhas e cristalizações do senso comum cotidiano. Particularmente acredito que o maior mérito é desmistificar a religião enquanto um tema tabu, quebrar o poderoso poder da crença, submetendo-a ao tribunal da razão com o mesmo status de qualquer outras questão contemporânea.
Ao afirmar o ateísmo como um ponto de vista legitimo e não um “desvio” excêntrico de pensamento, Dawkins contribui decisivamente para a construção de um imaginário cultural e social definido pela pluralidade e a tolerância de um modo realmente radical. Por outro lado, confrontando a hegemonia do senso comum, como alternativa as crendices e mistificações acriticas, que transcendem, diga-se de passagem, a questão religiosa, ele nos oferece o caminho do aprendizado da consideração cuidadosa das grandezas e certezas que definem nosso senso de realidade. Nesse sentido Dawkins vai muito alem da mera e tradicional dicotomia Ciência X Religião.
“O biólogo Lews Wolpert acredita que a esquisitice da física moderna é só a ponta do iceberg. A ciência em geral, ao contrário do da tecnologia, é violenta com o bom senso. Wolpert calcula, por exemplo, que “há muito mais moléculas em um copo d’agua do que copos d’agua no ocenao”. Uma vez que toda à água do planeta passa pelo oceano, pareceria que a conclusão é de que toda vez que você toma um copo d’agua há boas chances de que algo do que já bebendo tenha passado pela bexiga de Oliver Cromwell. É claro que não há nada de especial em Cromwell, nem em bexigas. Você não acabou de respirar um átomo de nitrogênio que um dia foi respirado pelo terceiro iguanodonte à esquerda da árvore cicadácea? Não fica feliz de viver num mundo em que, além de tal conjectura ser possível, você tem o privilégio de entender o porque dela? E explicá-la publicamente para outra pessoa, não como uma opinião ou crença, mas como algo que ela, quando tiver entendido seu raciocínio, se sentirá compelida a aceitar? Talvez esse seja um dos aspectos de que Carl Sagan quis dizer quando explicou sua motivação para escrever O mundo assombrado pelos demônios: A ciência vista como uma vela no escuro: “Não explicar a ciência parece-me perverso. Quando estamos apaixonados, queremos contar ao mundo todo. Este livro é uma declaração pessoal, que reflete meu caso de amor de vida inteira com a ciência”.”
( Richard Dawkins. Deus, um delírio/tradução de Fernanda Ravagnani. SP: Companhia das Letras, 2007, p. 464 )
Em seu citado livro encontramos uma defesa apaixonada do imaginário cientifico e do pensamento critico contra as armadilhas e cristalizações do senso comum cotidiano. Particularmente acredito que o maior mérito é desmistificar a religião enquanto um tema tabu, quebrar o poderoso poder da crença, submetendo-a ao tribunal da razão com o mesmo status de qualquer outras questão contemporânea.
Ao afirmar o ateísmo como um ponto de vista legitimo e não um “desvio” excêntrico de pensamento, Dawkins contribui decisivamente para a construção de um imaginário cultural e social definido pela pluralidade e a tolerância de um modo realmente radical. Por outro lado, confrontando a hegemonia do senso comum, como alternativa as crendices e mistificações acriticas, que transcendem, diga-se de passagem, a questão religiosa, ele nos oferece o caminho do aprendizado da consideração cuidadosa das grandezas e certezas que definem nosso senso de realidade. Nesse sentido Dawkins vai muito alem da mera e tradicional dicotomia Ciência X Religião.
“O biólogo Lews Wolpert acredita que a esquisitice da física moderna é só a ponta do iceberg. A ciência em geral, ao contrário do da tecnologia, é violenta com o bom senso. Wolpert calcula, por exemplo, que “há muito mais moléculas em um copo d’agua do que copos d’agua no ocenao”. Uma vez que toda à água do planeta passa pelo oceano, pareceria que a conclusão é de que toda vez que você toma um copo d’agua há boas chances de que algo do que já bebendo tenha passado pela bexiga de Oliver Cromwell. É claro que não há nada de especial em Cromwell, nem em bexigas. Você não acabou de respirar um átomo de nitrogênio que um dia foi respirado pelo terceiro iguanodonte à esquerda da árvore cicadácea? Não fica feliz de viver num mundo em que, além de tal conjectura ser possível, você tem o privilégio de entender o porque dela? E explicá-la publicamente para outra pessoa, não como uma opinião ou crença, mas como algo que ela, quando tiver entendido seu raciocínio, se sentirá compelida a aceitar? Talvez esse seja um dos aspectos de que Carl Sagan quis dizer quando explicou sua motivação para escrever O mundo assombrado pelos demônios: A ciência vista como uma vela no escuro: “Não explicar a ciência parece-me perverso. Quando estamos apaixonados, queremos contar ao mundo todo. Este livro é uma declaração pessoal, que reflete meu caso de amor de vida inteira com a ciência”.”
( Richard Dawkins. Deus, um delírio/tradução de Fernanda Ravagnani. SP: Companhia das Letras, 2007, p. 464 )
Um comentário:
Richard Dawkins foi tema de debate em uma aula de psicologia que tive! Da pano pra manga pensar sobre suas idéias!!
Carlos Jr., indiquei seu blog para o troféu Pedagogia do Afeto! Confira no meu blog!
;D
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