terça-feira, 26 de junho de 2018

PLANO DE IMANÊNCIA E PENSAMENTO NÔMADE



"O plano de imanência é, entre outras coisas, uma espécie de solo intuitivo, cujos "movimentos infinitos" são fixados pelas "coordenadas" construídas pelo movimento finito do conceito. O plano de imanência, despovoado de conceito, é cego (no limite é puro Caos); o conceito, extraído de seu "elemento" intuitivo (no sentido de atmosfera) é vazio. Acrescentaria, ainda, que, assim como Kant atribui à imaginação transcendental a função de mediação, que permite a subsunção da intuição ao conceito, Deleuze introduz a instância intermédia dos "personagens conceituais", na passagem dos "traços diagramáticos" do plano às "coordenadas intensivas" do conceito."


Bento Prado Jr in A IDEIA DE  PLANO DE IMANÊNCIA

Segundo Deleuze & Guattari, um plano de imanência é sempre um horizonte de acontecimentos, onde os problemas se colocam e os conceitos habitam contra o caos. Através deles a filosofia torna-se um trabalho para cartógrafos. Pois os conceitos acoplam-se uns aos outros, reinventam-se na medida em que se relacionam entre eles  compondo, assim, o próprio plano. O pensar é movimento, fluxo. Estabelece-se através de pontos, coordenadas, campos de força.

A imanência não remete a algo exterior. Ela exclui toda transcendência na medida em que é movimento, velocidade. Não há tempo para se fixar em nada, para qualquer versão de eternidade ou de transcendência.  

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