terça-feira, 24 de abril de 2018

FRAGMENTO , TOTALIDADE, DIVERSIDADE, DEVIR....


As variantes do meu próprio rosto dizem a multiplicidade de discursos que estruturam minha consciência das coisas. Trata-se de uma totalidade informe de  representações e significados. É quase uma miragem onde o eu se torna uma função abstrata do corpo, um artifício da consciência inserida no mundo, nesta complexidade de fenômenos diversos  que só podem existir enquanto experiência e imanência. Mas há sempre algo que escapa a percepção, que se afirma como um fora de nós que, entretanto, nos contém.

A finitude não se traduz apenas no perene de nosso acontecer em mundo, mas também na incapacidade de apreender a multiplicidade em toda sua radicalidade enquanto acontecimento de todas as coisas. Sabemos sempre menos do que “aquilo-que-é” em  nossas fórmulas analíticas. Nos ocupamos dos detalhes, pois somos nós mesmos detalhes na paisagem/totalidade informe e multifacetada.  A simultaneidade e o aleatório das diversas estratégias de combinação dos fatos e coisas apresenta-se para nós como algo misterioso, pois dispensa toda orientação teleológica, toda ilusão de significado.

O múltiplo é movimento e devir...

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