A luta contra os fascismos
cotidianos a qual nos convida Foucault no prefácio de 1977 a edição norte
americana do Anti Edipo, é uma luta contra as microdominações cotidianas. Ele nos convida a inventar outros jogos de
força contra o saber verdade.
Ainda não guilhotinamos o rei das
disciplinas da verdade, das normativas
abstratas que nos condenam aos meta enunciados de dominação comportamental.
Precisamos de novas formas de pensamento e existência onde a autonomia de si se
torne objeto de um cuidado, de uma estética, a ponto de transformar a vida em
obra de arte. Para tanto, é preciso negar-se como sujeito. Não se fixar em auto
referências e definições.
Quando em fins dos anos setenta
do século XX Foucault nos fala de uma
valorização ética e estética da existência ele propõe uma redefinição da
experiência de si, romper com tudo aquilo que nos condiciona ao sedentarismo de
si mesmo. Trata-se de “uma constituição
do sujeito como fim ultimo para si mesmo, pela prática e exercício da verdade”
em um processo de auto subjetivação e
não mais uma atividade de subjetivação. Precisamos nos libertar das
internalizações que nos reduziram a seres desejantes e nos afastaram do cuidado
de si como premissa da experiência de si.
Viver é devir e não se fixa em
qualquer normativa. Pressupõe sempre a abertura para o inédito, para o
imprevisto, através da exegese de si
para si.
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