Posso intuir o evanescente nada que nos inspira, as vezes,
uma certa sensação de irrealidade. Posso senti-lo dentro de uma frase, de um
pensamento ou, simplesmente de um gesto. É como se eu fosse uma ficção produzida
pela gramatica através da qual me faço mundo através do mundo. Quase não vejo
distancia entre a ficção e a vida neste movimento impreciso entre a consciência
e as coisas como jogo gramatical. Arrebatado pela força da linguagem tento
inventar meu lugar de viver como verbo.
Os fatos não existem fora da
linguagem. Nem mesmo minha voz vive fora dos enunciados que se confundem com
meu sentimento de mundo. Percebo que sou onde se quer existo. Este é o segredo
do grande nada que nos reduz a significados.
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