O cânone de autores e livros
consagrados cria e alimentam leitores. Constituem um campo de referências de
formatações simbólicas que estabelecem as
questões e temas de um imaginário erudito. Há também um componente de
censura. Pois a legitimação de qualquer discurso deve necessariamente pressupor
tais referências. A autoridade dos autores clássicos estabelece um horizonte
cujos limites não é ultrapassado, mas a partir do qual tudo deve ser concebido.
Mas é a transgressão e a ruptura
que nos conduz ao selvagem espaço do agora que, por vocação, é consagrado ao
inédito, ao ensaio e ao experimentalismo. É onde toda a tradição é sempre
desafiada. Hoje em dia, talvez, de um modo como nunca anteriormente concebido,
pois é o próprio proposito e sentido de toda narrativa que deve ser
questionado.
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