Em outro plano, a virtualização
da escrita implica na sua dessacralização
como representação de autoridade e verdade legitimada por uma série de
instâncias sociais que permitiam sua seleta publicidade. O virtual democratiza
a persona autoral e torna universal sua visibilidade. Pois desloca o escrito do
suporte material do livro. Suporte este consagrado ao monopólio de uma elite
letrada articulada em ordens de
discursos diversos e institucionalizados
em disciplinas técnicas que formatam
a abstrata entidade que é a literatura
ficcional ou não.
A escrita virtual é acessível a
qualquer um, bem como sua publicidade através do cyber espaço. Ela não possui
numen, não expressa nenhum poder. É basicamente um ato de individuação, de
construção de um avatar linguístico que resgata o lúdico de escrever, de inventar-se
através de enunciados livres do peso de qualquer verdade oficial. Volta-se, ao
contrário, contra todas as verdades sagradas.
O texto torna-se a própria assinatura, uma forma única de dizer , de dar vida a um avatar.
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