A palavra nostalgia é composta por dois radicais gregos: nóstos (regresso)
e álgos (dor) e mais do que um sentimento e expressão de subjetividade,
constitui uma enfermidade que normalmente acomete pessoas desenraizadas,
apartadas do ambiente em que cresceram e no qual construíram identidade ou
seja, que, em função de certas circunstâncias
objetivas, foram apartadas de sua casa ou família.
Desde o século XIX, o conceito de nostalgia frequenta os tratados de
medicina como uma forma de patologia relacionada, principalmente a indivíduos
exilados de sua terra natal. Assim, a nostalgia não é um problema simples.
Memoria, afetividade e identidade andam juntas. Somos nosso passado. Ás vezes somos mais no
que já vivemos do que no imediato acontecer da existência que define o tempo
presente. Pode-se definir esta afetividade como nostalgia. Mas se trata de
outra coisa. Trata-se da relação entre o eu e o mundo, do sentimento
de si mesmo como parte de uma determinada atmosfera existencial que nos propicia identidade psíquica. Assim,
a nostalgia pressupõe uma imagem de passado que personifica uma idealização
daquilo que a vida deveria ser.
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