segunda-feira, 9 de maio de 2016

ENTRE O PASSADO E O PRESENTE

Entre o dizer e o pensar agora existe um grande dilema. Nenhuma realidade sustenta enunciados. Nenhuma formulação  parece inequivocamente confiável do ponto de vista de qualquer subjetiva eficácia racional fundada na  apreensão dos objetos.

Há, ao contrario, um sentimento cada vez mais claro de que não somos mais capazes de responder as questões fundamentais de nossa condição humana, de nossos dilemas sociais ou diagnosticar satisfatoriamente nossa experiência cultural.  O mundo ocidental é agora irreconhecível diante da sua própria tradição, do cânone cultural que até o momento estabeleceu sua realidade enquanto horizonte de pensamento e desdobramento singular da civilização humana que foi capaz de estabelecer uma economia mundo, uma integração nunca antes possível do gênero humano em  algo que poderíamos considerar próximo de uma “aldeia global”.


Não pesa mais sobre nossas cabeças a lógica dicotômica ideológica da cultura do século XX, mas ainda somos incapazes de conceber a realidade sem nos afastar definitivamente das questões do ultimo século e todas as suas falsas expectativas futurológicas com relação ao século atual. Ainda vivemos entre duas épocas ou, quem sabe, eu já esteja demasiadamente velho para compreender as mais inéditas tendências do tempo presente.

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