A fabulação literária configura um abstrato território imagético entre
o eu e o mundo.
Podemos toma-lo como uma estratégia de evasão, um afrouxamento existencial
que se revela vital a nossa experiência
psicológica do real. Assim, escrever é um exercício psicológico onde
contemplamos a autonomia da palavra pacientemente lapidada por nossa configuração
pessoal. Jamais ninguém escreverá sobre o mesmo tema o mesmo que uma outra
pessoa. Há uma marca pessoal em toda narrativa, um vestígio de identidade.
Quando escrevemos nos surpreendemos diante de nós mesmos de um modo realmente
sem paralelos. Somos a própria matéria de nossas palavras. E é isso que, em
grande medida, justifica a fabulação literária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário