segunda-feira, 1 de abril de 2013

URGENCIA, VONTADE, IMPOTÊNCIA

Há dias em que despertamos ausentes de nos mesmos, deixamos sonolentos os lençóis e a cama melindrados e duvidosos da real necessidade do ato, aceitando o agir mecânico e automático da imposição do fato,  contra os impulsos da simples  vontade. 
Então, nos surpreendemos como um mero objeto de osso e carne, como uma animada coisa entre outras coisas, que meramente cumpre suas funções no formalismo de opacas rotinas que absolutamente não levam as ultimas consequências qualquer vida humana.
Agrava tal experiência a triste constatação de que nossa expectativa de vida normalmente não ultrapassa a aventura de algumas ralas décadas de existência das quais, a maior parte do tempo, passamos desocupados de nós mesmos, entretidos com os imperativos objetivos da mera sobrevivência formal.
Três palavras são suficientes para expressar meus sentimentos referentes à vivência aqui exposta:

URGÊNCIA.... é tudo que me vem a cabeça quando penso nisso, uma urgência selvagem e impulsiva, quase ilegível.
VONTADE... é tudo em que me vejo contido  em discreto desespero entre as grades do cotidiano.
IMPOTÊNCIA... é tudo  que sinto  quando percebo o quanto tudo na vida é efêmero e passageiro e, entretanto, não somos capazes de transcender as meras circunstâncias.

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