“Mas nem uma pessoa, nem qualquer número de pessoas, tem permissão de dizer a outro ser humano de idade madura, que ele não deve fazer com sua vida para seu próprio benefício aquilo que escolhe fazer com ela.”
John Stuart Mill in ENSAIO SOBRE A LIBERDADE
A mais crucial questão da contemporaneidade é a afirmação dos direitos individuais contra os arbítrios coletivos inspirados por princípios ou valores pretensamente universais ou de natureza “coletivista”.
Parto da premissa que em um cenário cultural definido pelo multiculturalismo e por uma pluralidade cada vez maior das escolhas e possibilidades de estratégias de construções biográficas, já não é mais aceitável que o individuo deva dar explicações “ a sociedade” sobre suas ações desde que estas não inviabilizem a fluidez latente do jogo das sociabilidades que caracterizam o convívio humano.
As “sociedades” pós industriais do sec. XXI alcançaram um estágio inédito civilizacional onde pela primeira vez tornou-se possível que a sociedade adéqüe-se ao individuo em vez do individuo adequar-se a “sociedade”... Nos encaminhamos cada vez mais para a transfiguração de todos os valores.
Um comentário:
O Zé Ramalho compôs com sabedoria: "Vocês que fazem parte desta massa, que passa dos projetos do futuro. É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais do que receber... E ver que toda esta engrenagem já sente a ferrugem lhe comer... Povo marcado, povo feliz... Vida de gado". Não nesta ordem, mas dei uma cantarolada por aqui, enquanto lembrava da música... Será que o indivíduo existe?
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