quarta-feira, 26 de março de 2008

SOBRE PSICOLOGIA ARQUETIPICA

Creio que um dos méritos da proposta de uma psicologia arquetipica, tal como formulada por James Hilman, encontra-se no fato de não reduzir arquetipico a psique caindo assim nos elementares “psicologismos” inerentes a linguagem e imagem de mundo dos psicólogos e terapeutas de um modo geral.
Psique, terapia, psicologia, cura, etc... não passam de imagens arquetipicas e tal afirmação apenas nos conduz a questão elementar da relação complexa existente entre consciência e imaginação.
Toda forma de representação ou reflexão em torno disto já é um exercício de fantasia e, talvez, algo mais do que isso. O que interessa aqui é o paradoxo deste fenômeno. Não quero afirmar, pura e simplesmente, que tudo é fantasia, mas que movimentar-nos unilateralmente a partir de nossos referenciais egoicos de consciência e realidade é um modo de ignorar algo importante sobre nossa irracional e imaterial consciência de mundo, construindo uma unidade falsa entre as palavras e as coisas através de alguma ilusão pueril de verdade.

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