terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A INDIVIDUAÇÃO COMO TRANSCENDÊNCIA DO PESSOAL: apontamentos


O sentimento de vir a ser ( individuação) que define a propria condição humana e sua obvia enfase na experiência do indivíduo, nos leva a pensar o cultivo de Anima como um árduo e amargo processo de fantasiar e compreender o valor de certos conteúdos e atitudes psíquicas de natureza arquetipica.
O ocorrer deste processo, que é o fim e o meio da dinâmica analítica, pressupõe uma gradativa redefinição da vida pessoal e emprica no confronto com o impessoal de sua própria significação irracional ou arquetipica. Isto é, pressupõe uma progressiva despotencialização das imagens e representações que nos são caras no apresentar-se de nossa persona, o que é o mesmo que dizer que retiramos as projeções que fazemos sobre o mundo empiricamente vivido em favor de uma consciência mais ampla e menos pessoal dele.
O sentimento de vir a ser que se faz na complexa economia simbólica do próprio acontecer da psique individual, normalmente, é apenas plenamente vivenciado na segunda metade da vida, quando o declínio físico e a perspectiva da morte não raramenten inspiram questionamentos biograficos, exigem uma reorientação da própria vida.
Quando o circulo de uma biografia humana aproxima-se do fechamento, o confronto entre o ego e o não ego conduz a fantasias de transcendência e a possibilidade do individuo dispir-se do seu próprio rosto para contemplar-se em imagens de pensamento. . .

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