John Stuart Mill ( 1806-1873) é, sem dúvida, o mais expressivo expoente do liberalismo inglês durante a era vitoriana dada a repercussão de suas CONSIDERAÇÕES SOBRE O GOVERNO REPRESENTATIVO ( 1861). Mas é em sua obra anterior o ENSAIO SOBRE A LIBERDADE ( 1859) que encontramos a matriz de sua maturidade intelectual e, segundo penso, onde a contemporaneidade de seu pensamento se faz mais evidente para um leitor de inicio de milênio.
On Liberty é acima de tudo uma defesa da liberdade do indivíduo e de sua autonomia frente a potencialmente tirana “ditadura da maioria” personificada pelo Estado, o conformismo moral e religioso.
Cabe esclarecer que Mill foi um crítico da democracia de massas. Ao contrário da tendência a uniformidade da vontade comum, valorizou a diferença, a pluralidade e o conflito no jogo social, dado que a unidade de opinião, se não utópica, não é desejável ou dá conta da complexidade de nossa experiência de vida.
A diversidade é a essência da liberdade e a autonomia do indivíduo constitui uma esfera de não interferência para o Estado e a Sociedade. Esta premissa filosófica constitui uma verdadeira trincheira contra os perigos representados por todas as formas de tirania e totalitarismo e fundamentalismos que obscureceram a cultura e a política do século XX e ainda não parecem até o momento fora do incerto horizonte do século XXI.
“... À parte dos dogmas peculiares de pensadores individuais, há também no mundo como um todo uma crescente inclinação a exagerar indevidamente os poderes da sociedade sobre o indivíduo, tanto pela força de opinião quanto até mesmo pela força da legislação; e como a tendência de todas as mudanças acontecendo no mundo é de reforçar a sociedade e diminuir o indivíduo, esta invasão não é um dos males que tendem a desaparecer espontaneamente, mas, ao contrário, crescer cada vez mais terrível. A disposição da humanidade seja como governantes ou cidadãos, de impor suas próprias opiniões aos outros, é tão energicamente apoiada por alguns dos melhores e por alguns dos piores sentimentos inerentes à natureza humana, que quase nunca tal disposição é mantida sob controle por qualquer coisa que não seja desejo de poder; e como o poder não está diminuindo, mas crescendo, a menos que uma forte barreira de convicção moral possa surgir contra a desordem, devemos esperar, nas atuais circunstâncias do mundo, vê-lo aumentar.”
On Liberty é acima de tudo uma defesa da liberdade do indivíduo e de sua autonomia frente a potencialmente tirana “ditadura da maioria” personificada pelo Estado, o conformismo moral e religioso.
Cabe esclarecer que Mill foi um crítico da democracia de massas. Ao contrário da tendência a uniformidade da vontade comum, valorizou a diferença, a pluralidade e o conflito no jogo social, dado que a unidade de opinião, se não utópica, não é desejável ou dá conta da complexidade de nossa experiência de vida.
A diversidade é a essência da liberdade e a autonomia do indivíduo constitui uma esfera de não interferência para o Estado e a Sociedade. Esta premissa filosófica constitui uma verdadeira trincheira contra os perigos representados por todas as formas de tirania e totalitarismo e fundamentalismos que obscureceram a cultura e a política do século XX e ainda não parecem até o momento fora do incerto horizonte do século XXI.
“... À parte dos dogmas peculiares de pensadores individuais, há também no mundo como um todo uma crescente inclinação a exagerar indevidamente os poderes da sociedade sobre o indivíduo, tanto pela força de opinião quanto até mesmo pela força da legislação; e como a tendência de todas as mudanças acontecendo no mundo é de reforçar a sociedade e diminuir o indivíduo, esta invasão não é um dos males que tendem a desaparecer espontaneamente, mas, ao contrário, crescer cada vez mais terrível. A disposição da humanidade seja como governantes ou cidadãos, de impor suas próprias opiniões aos outros, é tão energicamente apoiada por alguns dos melhores e por alguns dos piores sentimentos inerentes à natureza humana, que quase nunca tal disposição é mantida sob controle por qualquer coisa que não seja desejo de poder; e como o poder não está diminuindo, mas crescendo, a menos que uma forte barreira de convicção moral possa surgir contra a desordem, devemos esperar, nas atuais circunstâncias do mundo, vê-lo aumentar.”
John Stuart Mill. Ensaio sobre a Liberdade./ tradução: Rita de Cássia Gondim Neiva.SP: Editora Escala, s.d, p. 32 et seq.)
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