No cenário da poesia de língua inglesa, o nome do norte americano William Carlos Willians ( 1883-1963) ocupa um lugar de considerável destaque. Podemos considerá-lo o mais moderno de todos os poetas, pois ele foi inequivocamente o poeta do imediato e das sensações; da intimidade do real, traduzindo em poesia as inquietações e buscas que marcaram tão radicalmente a primeira metade do séc XX e seu microcosmos cotidiano.
Williams inventa uma nova fala em incomparável engenhosidade pragmática, uma fala que expressa profundamente a própria linguagem da América, a palavra em sua imediaticidade imanente .
Nas palavras do critico literário John Malcolm Brinnin
“Há aspectos característicos da fala americana em muitos níveis-regional, social, ocupacional, cultural; a ênfase fonética que os americanos dão a milhares de frases usadas em suas permutas diárias; expressões taquigráficas que significam um estado de espírito ou uma atitude- e que são nitidamente deferentes tanto das usadas pelos britânicos quanto das empregadas geralmente em literatura ou jornalismo. O poeta que pode ouvir essas expressões fuseladas, que pode captar a relação entre um pensamento e a mímica das palavras que o transmitem, deveria encontrar uma forma de usá-las. Quando Williams não tenta fazer de um método espontâneo uma fórmula limitadora, sua explicação da maneira pela qual trabalha é sucinta e esclarecedora: ‘... em alguns dos meus trabalhos tudo quanto tenho a fazer é transcrever a linguagem, quando ainda quente, falada com sentimento. Porque quando ela vem saturada de emoção, tende a ser rítmica, autêntica, inerente ao lugar em que está sendo usada. A batida ritma da linguagem saturada.’”
( John Malcolm Brinnin. William Carlos Williams/ tradução de Nair Lacerda. SP: Livraria Martins ( Coleção Escritores Norte Americanos); s/d.; p.62)
Mas qualquer coisa dita sobre a peculiaridade de sua poesia não esta a altura da experiência direta da singularidade de seus versos:
O GRANDE NÚMERO
Entre a chuva
E as luzes
Vi o número 5
Em ouro
Sobre um carro de incêndio
Vermelho
Correndo
Tenso
Desatento
Aos sinos de alarma
Aos uivos das sereias
Às rodas retumbantes
Através da cidade escura.
Williams inventa uma nova fala em incomparável engenhosidade pragmática, uma fala que expressa profundamente a própria linguagem da América, a palavra em sua imediaticidade imanente .
Nas palavras do critico literário John Malcolm Brinnin
“Há aspectos característicos da fala americana em muitos níveis-regional, social, ocupacional, cultural; a ênfase fonética que os americanos dão a milhares de frases usadas em suas permutas diárias; expressões taquigráficas que significam um estado de espírito ou uma atitude- e que são nitidamente deferentes tanto das usadas pelos britânicos quanto das empregadas geralmente em literatura ou jornalismo. O poeta que pode ouvir essas expressões fuseladas, que pode captar a relação entre um pensamento e a mímica das palavras que o transmitem, deveria encontrar uma forma de usá-las. Quando Williams não tenta fazer de um método espontâneo uma fórmula limitadora, sua explicação da maneira pela qual trabalha é sucinta e esclarecedora: ‘... em alguns dos meus trabalhos tudo quanto tenho a fazer é transcrever a linguagem, quando ainda quente, falada com sentimento. Porque quando ela vem saturada de emoção, tende a ser rítmica, autêntica, inerente ao lugar em que está sendo usada. A batida ritma da linguagem saturada.’”
( John Malcolm Brinnin. William Carlos Williams/ tradução de Nair Lacerda. SP: Livraria Martins ( Coleção Escritores Norte Americanos); s/d.; p.62)
Mas qualquer coisa dita sobre a peculiaridade de sua poesia não esta a altura da experiência direta da singularidade de seus versos:
O GRANDE NÚMERO
Entre a chuva
E as luzes
Vi o número 5
Em ouro
Sobre um carro de incêndio
Vermelho
Correndo
Tenso
Desatento
Aos sinos de alarma
Aos uivos das sereias
Às rodas retumbantes
Através da cidade escura.
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