sexta-feira, 28 de setembro de 2007

LITERATURA INGLESA IX


Em março de 1941, Virginia Woolf ( 1882-1941) se suicidaria nas frias águas do rio Ouse, escrevendo tragicamente o último capítulo de sua vida e melancolia. Deixava como legado uma literatura única e revolucionária, reflexo direto de sua profunda inquietude interior. Ouso dizer que, a partir dela, a literatura inglesa e britânica adentrou com raro brilho no séc. XX , através de sua sensibilidade e consciência peculiar.
Os monólogos, devaneios e disgressões das personagens, deslocados de qualquer eixo narrativo, fazem de obras como Passeio ao Farol (1927), O Quarto de Jacob ( 1922), Orlando(1928) e As Ondas (1931), um verdadeiro mergulho nos abismos da consciência humana em seu estranhamento e envolvimento  com o mundo exterior, com nossos vazios, angustias e incertezas.
Virginia Woolf permanece para mim, por tudo isso, como a maior escritora do séc. XX ou, pelo menos, uma daquelas cuja leitura mais surpreende e fascina...

“... O estranho em relação à vida é que, embora sua natureza deva ter sido evidente para todo mundo há centenas de anos, ninguém deixou o registro adequado. As ruas de Londres estão mapeadas; nossas paixões não. O que vamos encontrar ao dobrar essa esquina?”


( Virginia Woolf. O Quarto de Jacob/ Tradução de Lya Luft. RJ: Nova Fronteira. 2º Ed, 2003; p. 105.)

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