terça-feira, 21 de agosto de 2007

DESLOCAMENTO NACIONAL E IMPERIO NAS ILHAS BRITÂNICAS


A bandeira do Reino Unido da Grã Bretânea e da Irlanda do Norte é conhecida como Union Jack ou Union Flag sendo composta pela justaposição da cruz de São Jorge (bandeira da Inglaterra), da cruz de Santo Andre (bandeira da Escócia) e da cruz de São Patrício ( bandeira da irlanda do Norte).
A união das três coroas que ela representa origina-se dos atos de União de 1707, que fundiu o parlamento da Inglaterra e da Escócia, e o de 1800 que incorporou por sua vez o reino da Irlanda.
Pode-se dizer que o Reino Unido compreende um capítulo a parte na história política contemporânea européia a ponto de não ser incorreto falar de uma europa peninsular em contraponto a uma europa continental...
Mas a natureza tripice deste curioso reino não é livre de contradições ou complexidades. A historia majoris britanneae não exclui, por exempro a coexistência de um discurso ingles, escorces e irlandes relativamente autônomos, complementares e excludentes. Neste sentido, o chamado Reino Unido é uma entidade, um espectro complexo, condicionado a uma estrutura política indeterminada e fundada em uma universalidade instável a pairar sobre as ilhas britânicas.
Temos aqui um caso, até onde eu sei, único de deslocamento da centralidade das identidades nacionais ocorrido muito antes dos intensos debates sobre Pós modernidade dos anos 80 e 90 do último século. Não é difícil mensurar a dificuldade do tema para todos nós que aprendemos em caducos manuais de história os caminhos de formação do Estado Moderno a partir do tipo ideal do modelo Estado Nação, centralizado e incarnado por um dado ideal republicano, como um desdobramento natural e simples da “dupla revolução” representada pelas “revoluções” industrial e francesa.
Se o Reino Unido existe ainda hoje, mesmo que mais como um símbolo, um espectro, do que uma bem definida e consolidada realidade social e política, isso não o faz menos real e nem menos influente no imaginário contemporâneo. Certas ideias, afinal, são tão atraentes ao espirito que não precisam ganhar o rude corpo de uma constituição escrtita ou um altar entre os homens, elas se quer exigem perfeição.

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