sábado, 31 de outubro de 2009

WHAT SHOULD I WEAR FOR HALLOWEEN?

Nosso contemporâneo Halloween(Wallow Evening) tem pouco a ver com a antiga celebração do Samhain que ocorria entre os povos celtas que habitavam na antiguidade regiões como a antiga Gália e as Ilhas Britânicas e sobre os quais muito pouco sabemos.

O único ponto comum com o arcaico festival do fim de verão que marcava o fim do ano no calendário das culturas celtas, parece ser a vaga menção ao culto aos mortos ou aos antepassados.
Já dentre as inovações posteriores, a mais significativa parece-me ser o acréscimo de disfarces ou fantasias que remonta a introdução de representações cênicas a festividade durante a Idade Média.
O folclore associado à bruxaria é mais recente e indica uma significativa tendência no imaginário social para associar o Halloween ao burlesco e ao carnavalesco. O que lhe proporciona um potencial rebelde e contestatório de uma ordem social vigente ainda fortemente marcada pela herança da tradição judaico cristã.
Nas ultimas décadas, entretanto, muitos grupos neo- pagãos sediados principalmente em paises de ascendência angro saxã, procuram resgatar uma suposta “autenticidade” da festividade.
O fato é que de todas as datas comemorativas do calendário, o Halloween é, certamente, a mais popular e atraente. Talvez também a mais “viva”, uma vez que seus conteúdos e códigos são mutáveis e seus sentidos e significados diversos e múltiplos.
Assim, resta-me aqui apenas perguntar:

WHAT SHOULD I WEAR FOR HALLOWEEN?



MATURIDADE

Jamais compreendi

Aquilo que chamam de maturidade,
Aquele sóbrio estado de espírito
No qual aprendemos a lidar
Objetivamente com as coisas,
Sem ilusões
Ou grandes expectativas.


Jamais compreendi serenidades
Em meio ao caos de vontades
Que define a existência.

Talvez a maturidade
Não passe de uma utopia vazia
A alimentar mentiras e vaidades
Na ingenuidade de falsos sábios...



quinta-feira, 29 de outubro de 2009

DISCOVERY...

Procuro a segurança

Do vazio de estar
Perdido em mim mesmo
Na festa de silêncios
Que me acordam o cotidiano da vida...

Mas nada importa!
Nada me leva a nada...
Pois tenho o mundo inteiro
Desenhado no virtual registro
De minhas fatigadas retinas
Abertas para paisagens distantes
No inesperado da imaginação
E das vontades de manhãs
De céu aberto em sol e chuva...

A PÓS MODERNIDADE E O NADA...

Existe de fato na condição humana um princípio que nos ultrapassa no mais irracional aleatório acontecer do “eu”.

Não se trata aqui de uma ponderação metafísica. Desenho apenas a razoável hipótese de que nossos mais profundos silêncios e vazios são reais e, assim, defronto-me com a vivência mais radical da existência em vertiginosa e caótica sensação de que nada que me define me faz real...
Tudo em que existo pressupõe, portanto, uma indeterminação ontológica sem a qual a codificação do mundo através da linguagem não faria qualquer sentido...
Em todos os concebíveis significados, somos apenas sombras de nós mesmos em ilusões de tempo e espaço...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DESTINY



A entre aberta porta

Da sorte
Pode surgir
Em qualquer esquina,
Como um destino,
Um desafio,
Ou, simplesmente,
Uma distração de rotinas.

Tudo quase desaparece
No ocorrer de fatos
Na profusão irracional
De pequenas e preciosas
Mundanças...

REAL FUTURE



Não espero da vida
A perfeição de algum
Sonho antigo,
Apenas a branda alegria
De cada dia
Entre esperanças
E apostas
Na invenção de magros horizontes.


Sei que no vazio acontecer
De algum tempo futuro
Encontrarei ansioso
Algum atemporal pedaço
De primavera e existência...




terça-feira, 27 de outubro de 2009

UM FRAGMENTO DE ORLANDO by VIRGINIA WOOLF



Uma passagem em especial do capitulo VI do ORLANDO de Virginia Woolf me fascina por sua complexa simplicidade ao questionar, mediante subjetivas interpretações de pequenas e cotidianas imagens de natureza, o próprio significado da vida sem sobriamente oferecer qualquer resposta ...


“... Continuaremos, pois, a explorar esta manhã de verão em que todos estão adorando a flor da ameixa e a abelha. E cantarolando vamos perguntar ao estorninho ( pássaro mais sociável que a calhandra) em que pensa, à beira da caixa de lixo, de onde recolhe, por entre os gravetos, restos de cabelo do cozinheiro. Que é a vida? Perguntamos, no portão da granja. Vida, vida, vida, grita o pássaro, como se estivesse ouvindo e soubesse precisamente o que queremos dizer, com este maçante hábito de fazermos perguntas dentro e fora de casa, e vai piando e piando margaridas, como fazem os escritores quando não sabem o que hão de dizer em seguida. E então, diz o pássaro, que eles vêm aqui, e me perguntam o que é a vida; vida, vida, vida.
Arrastamo-nos pelo caminho do brejo, até o cabeço do morro, azul-vinhoso e púrpura escuro, e atiramo-nos ao chão, e sonhamos, vendo um gafanhoto carregar para casa uma palinha. E ele diz ( se a cicios como os seus ser dado nome tão sagrado e terno) que a vida é trabalho, ou assim interpretamos o ruído de seu gasnete sufocado de pó. E a abelha e a formiga concordam, mas se ficarmos aqui bastante tempo e interrogarmos as mariposas, quando chegam a noite, insinuando-se por entre as campânulas mais pálidas do que elas, sussurrarão aos nossos ouvidos coisas sem sentido, como as que se ouvem nos fios telegráficos, em tempestades de neve: hi-hi-há. É riso! Dizem as mariposas.
Tendo, pois ,interrogado o homem, o pássaro e os insetos, porque os peixes- dizem os homens que têm vivido em grutas verdes, solitários, anos inteiros,, para ouvi-los falar -, os peixes nunca, nunca falam, e assim talvez saibam o que a vida é; tendo interrogado a todos sem ganharmos em ciência, e apenas aumentado em velhice e frio ( pois não tínhamos implorado o dom de aprisionar num livro uma coisa tão difícil, tão rara, que se pudesse jurar ser o sentido da vida?), voltemos para trás e digamos diretamente ao leitor que ansiosamente espera ouvir o que é a vida: - ai de nós, não o sabemos.”

( Virgina Woolf. Orlando/tradução de Cecília Meireles. RJ: Nova Fronteira, 1978, p. 152-15 3)



O PARADOXO DA "PSICOLOGIA PROFUNDA"


A psicologia profunda pode ser considerada o mais complexo e difícil campo dos saberes ditos científicos. Pois se seu objeto é a mente humana, por razões obvias, não é possível produzir qualquer formulação exterior a ele.
Toda formulação ou reflexão sobre a mente pressupõe a própria mente como premissa conceitual; paradoxo que lhe afasta das demais ciências.
Ao ocupar-se do irracional e do indeterminado da mente através da noção de inconsciente, a psicologia profunda tende a definir-se acima de tudo como um jogo simbólico. O que faz da sua matéria prima concreta justamente as fantasias que estruturam a consciência e qualquer experiência cognitiva do que chamamos ou socialmente consideramos real.
Ao longo do século XX a psicologia analítica de Carl Gustav Jung, mais do que qualquer outra vertente, parece ter explorado esta perspectiva de modo criativo e fecundo, no que diz respeito a muitas questões hoje não tão polêmicas...
Mas ainda há muito o que se explorar neste campo... O que pressupõe uma nova concepção de ciência e racionalidade; uma definitiva superação da modernidade...


sábado, 24 de outubro de 2009

PRESENT TIME



O tempo amanhã

Será claro e firme.
Mas hoje permanecerá
Nebuloso e fechado
Desfazendo o dia
Em um silêncio raso
E cotidiano.


Mil horas dormem
Em minha insônia.
Escapo aos fatos
Mínimo e provisório,
Deixando correr
O momento
De colher a chuva
Que me chama lá fora...

DREAM IN DAY



No ponto incerto

Do nascer do dia
Tento tocar o sentimento
Do desencontro de todos os eus,
Sondar vazios, abismos
E infinitos
On the road
Até que nada mais
Faça sentido,
Tenha importância
Ou me machuque
Como uma emoção quebrada.