Nem tudo se degrada em palavra.
Há segredos na alma da matéria
Que em silêncio e inconsciência
reinventam a terra e o corpo
E duram além do instante incerto que os transcendem
Como precário e humano acontecimento.
Tais segredos acontecem além do espaço e do tempo,
Aquém do eu e dos outros,
Atravessando a vida em todas as formas inumanas e terrestres sem qualquer precisão.
Na infinita superfície das coisas mínimas
os paradoxos coincidem os opostos
E transcendem a ordem que rege as palavras
E nos limitam a inteligência e a vontade ingênua de verdade,
Onde há apenas metáforas.
Tudo isso nos escapa,
Mas age dentro da gente
Na imanente presença de Gaia
Que tudo envolve no caos do seu ventre.