É por intermédio do tempo que nossos atos se encadeiam na construção de
uma biografia que, despida de
linealidade temporal , é definida pela consciência que temos de nós mesmos
através das coisas.
Assim, um determinado lugar, uma música, filme, e tantas outras
pequenas coisas que em algum momento serviram a nossa experiência de estar no
tempo e espaço, convertem-se em memória e vinculo com o mundo vivido.
O encontro do eu e do mundo é mediado pelos objetos que, tal como nós
mesmos, caracterizam-se pela sua finitude e se convertem em extensão de nosso
ser através da consciência. Estar
consciente é sempre um ser consciente de alguma coisa.
Morar em uma determinada casa, participar cotidianamente das rotinas de
um determinado bairro ou cidade, utilizar
determinados objetos, é o que define nossa consciência do mundo. Não do mundo
objetivo e diverso que nos circula, mas
do mundo particular e limitado de nossa experiência singular.
O que quero aqui afirmar é que somos compostos por uma articulação de
micro- realidades socioculturais que interagem para definir as configurações de
nossa consciência diferenciada.