terça-feira, 2 de dezembro de 2025

O ÚNICO

Meu corpo é a medida da vida.
 Um corpo animal,
 terrestre e mortal,
 que não se enquadra,
 nem se rende, 
a prisão da humanidade
ou a ilusão de divindades.

 Sei a incomparabilidade do eu
 que em seu auto-senhorio
 toma posse do mundo,
afirmando-se Único.

Neu corpo é a medida do nada
entre o  niilismo e o hedonismo.

A VIDA CONTRA A EXISTÊNCIA

Estreita é nossa existência
 em um mundo de desigualdades, assimetrias e privilégios. 

 Modestos são nossos espaços 
 e nossa voz é quase silêncio. 

 Mesmo assim, 
na contra mão dos fatos,
 sonhamos, lutamos e insistimos.

Apostamos no impossível 
de uma vida maior e melhor 
do que nossa existência.

Ousamos o sonho
de um mundo sem desigualdades,
assimetrias e privilégios 

Contra todos os limites de nossa atual realidade
afirmamos o não limite da mais radical utopia.

FILOSOFIA DA LIBERDADE


A liberdade é um estado do corpo, 
é a experiência do sentido e
do não sentido,
um modo de ser e fazer a vida
dentro de si e entre os outros.

A liberdade é a própria anarquia,
o riso organizado e debochado 
de uma ordem inspirada pela alegria.

A liberdade é o ponto incerto
onde o dentro e o fora coincidem.

sábado, 29 de novembro de 2025

A MUDANÇA

A mudança é filha da crise,
da catástrofe.
Só triunfa quando se torna 
uma incontornável necessidade.

A mudança é radical, violenta.
Intensa como um parto.
É um ato de força contra os fatos,


A mudança não é para os fracos,
mas inspira todos os desesperados
e revoltados.

A mudança é o medo dos de cima 
e o triunfo dos de baixo.
.

UM MUNDO PARA TODOS

Aquilo que diz respeito a todos
não pode ser monopólio de poucos.
Por isso é justa a revolta dos explorados, dos excluidos, mal afortunados e loucos.

Acreditamos em um mundo outro
contra todo passado que nos oprime,
contra o Estado, racismos e imperialismos.

Apostamos na vida como potência,
na liberdade como destino
contra as desigualdades e privilégios do capitalismo.







sexta-feira, 28 de novembro de 2025

REVOLTADOS E INDIGNADOS

Cada voz que se levanta
contra qualquer expressão de desigualdade, discriminação, 
opressão ou injustiça,
engrossa o coro dos revoltados
 e indignados,
que não se conformam,
nem se calam, 
frente  a ordem estabelecida.

Que tais vozes se multipliquem sempre,
ampliando o coro dos descontentes,
aumentando o tumulto, o barulho,
até que tudo termine em confusão e grito.

Absurdo é ficar quieto,
encolher-se em silêncio,
apequenado e conformado aos fatos.

Engrosse o coro dos revoltados e indignados,
crie tumulto, exija novidades,
contra nosso cotidiano absurdo.
Levante sua voz, proteste.
Seja mais um entre nós.














quinta-feira, 20 de novembro de 2025

LINGUAGEM NEUTRA

O dizer das coisas
extrapola as gramáticas,
não  cabe em decretos ou na norma culta.

Palavras são armas
contra a verdade,
o Estado e a realidade.

Elas inventam sujeitos,
discursos, enunciados
e linguagens
onde cabem todos,
todas e todxs.

A vida, afinal, não é binária.









sexta-feira, 7 de novembro de 2025

UMA OUTRA REVOLUÇÃO



Meu corpo é concreto.
Tem fome, tem sede,
desejo e cansaço,
Mas não é mera força 
de trabalho. 
É ócio, prazer e preguiça.

Por isso, minha revolução
não é econômica e estatal,
mas surrealista,
libertina, dionisiaca e radical.

Advogo uma liberdade,
uma intensidade de vida,
que ainda não foi inventada,
conceitualizada ou domesticada. 

Não  há revolução
onde não  se dança,
onde não se canta,
onde não se transa.

Só há revolução 
onde a embriaguez 
transcende a esperança 
de um mundo perfeito
e revela a realidade
 de uma incerteza selvagem.

A vida é devir.
Nada é para sempre,
a revolução é permanente.

domingo, 2 de novembro de 2025

DESEJO DE LIBERDADE

Quero reinventar o futuro,
liverta-lo do peso
de tanto passado morto.

Imagina-lo além de Deus e do Estado,
indiferente a razão, a civilização,
  a moral e a religião.

 Ouso atacar todo artifício e engodo,
toda autoridade e verdade
que me impede de ser Único.

Acima de tudo,
quero ser
aqui e agora,
corpo e natureza,
devir e incerteza.

Existir entre os livres,
enganar o tempo,
antecipar futuros
jamais imaginados.
Só me contenta o impossível.



BARBARIE COLONIAL

A civilização europeia,
branca, cristã e ocidental,
inventou o horror contemporâneo.

Estabeleceu a violência,
a exploração e o extermínio,
como práticas correntes de Estado
e dispositivo de exercício de poder.

Assim, fez da guerra
um acontecimento banal
inerente ao mais elementar cotidiano
das gentes e povos contidos 
em qualquer território dominado
ou invadido.
Fez tudo isso sobre as bençãos de Cristo.