a indeterminação e a incerteza,
que faz do ser devir
contra a inércia das identidades
impostas pela metafísica da verdade.
Recusamos a prisão das definições,
conceitos e rostos
que nos assujeitam.
Não existimos para a verdade,
para acontecer em enunciados,
rotinas e normas.
Não acreditamos mais em modelos,
tipos ideais,
que conformam as coisas as palavras
e as palavras as coisas
na ilusão da representação e da linguagem.
Rejeitamos o simulacro da subjetividade,
a memória como biografia
e o beco sem saída dos egocentrismos e cientificismos.
Nossa condição é a mudança,
a morte, o nada e a precariedade
deste breve, intenso e incerto instante que nos consome
e se afirma como Vontade.
Somos como pequenos barcos
no corpo de um mar revolto
assoitado por uma tempestade.
Tudo em nós é finito,
Inconstante, efêmero,
e, de muitos modos, irrelevante.