Persisto no exercício de mim mesmo,
até a incerteza de ser outro,
ou estar desenganado ou morto
para os dias de hoje.
É certo que não tenho abrigo
ou lugar
em tempos de antagonismos
e racionalismo normativos.
Sou avesso ao fanatismo moral
dos meus inimigos.
Seja ele moderno ou tradicional.
Sei que sou nada,
mas reivindico minha impotência
como arma de guerra,
instrumento de sabotagem e protesto.
Percisto intempestivo contra o mundo,
a humanidade e os deuses,
apesar dos meus limites,
na espectativa de um fim absoluto.