A palavra tem
o efeito de uma nota musical quando se dobra a qualquer imagem primordial,
quando afeta o pensamento e deixa um gosto nos olhos, no corpo. A experiência do
dito já não se esgota no significado. Transcende o escrito e faz a consciência experimentar
qualquer coisa diferente que no ilegível do ser diz a vida em sua vazia
profundidade.
Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
terça-feira, 16 de julho de 2019
segunda-feira, 15 de julho de 2019
A ARTE DE VIVER
Na arte de
viver é quase uma regra buscar o extremo. Pois é através dele que acessamos o
inesperado, o imprevisível de qualquer novidade. A extremidade é sempre a
margem, o ponto de fuga, de algum lugar que nos acomoda. Só progredimos onde há
fuga. Que outro sentido pode ter a experiência do devir, do além do agora, como
um campo múltiplo definido pela potencia do virtual? Não há conhecimento do
viver que não afirme instabilidade e incerteza. Aquele que se conforma a
qualquer variação de si mesmo, que se fixa em um dado agora, escapa a sua própria vocação como vivente, perde qualquer possibilidade de experimentar-se como um corpo em constante estado de mutação.
O DRAMA DO ESCRITOR
Todo escritor
pressupõe no ato da escrita um abstrato leitor universal, um fantasma ao qual
sua narrativa é destinada. É esta entidade virtual que confere valor ao seu
enunciado. Ao mesmo tempo, todo escritor é leitor de si mesmo, pois idealiza,
inventa-se como persona, convertendo-se em parte de sua ficção, do seu exercício narrativo.
Com o advento
do modernismo, a escrita tornou-se uma cartografia de si, uma apresentação do
existir que se faz a margem das normativas cognitivas e epistemes de uma época.
A linguagem apresenta-se como exercício selvagem de alienação do eu de si mesmo
e do que nos é convencionalmente imposto como regra, como princípio de
realidade.
A liberdade de
escrever é um encontro sempre frustrado com o ser da linguagem, com sua
incerteza, que tem como signo de experiência o vazio da folha em branco. é
contra a biblioteca, a livraria e a própria infinitude dos livros possíveis,
que o exercício da escrita se insurge sempre de novo, a margem de todo saber formal.
domingo, 14 de julho de 2019
ESPECULAÇÃO SOBRE O CORPO E O MUNDO
Qualquer experiência do corpo pressupõe uma identidade sem sujeito com o ambiente. É assim que uma imagem mundo se torna experiência , apresentação e presença ou, simplesmente, participação, encontro de um dentro e de um fora que nunca se consuma inteiramente.
Existir é ser preenchido pelo que nos falta e ultrapassa. Viver é indeterminação, ausência de ser através das coisas. O corpo sempre carrega a intuição do caos em seu apetite de mundo. O corpo é um estado de falta extra uterina onde não há fronteira clara entre o orgânico e o inorgânico, entre o vivo e o morto.
terça-feira, 9 de julho de 2019
sexta-feira, 5 de julho de 2019
MARCAS EPIDERMICAS
Guardo na pele
cicatrizes antigas.
Experiências impressas,
porém invisíveis,
na alma da
pele dos sentimentos.
Guardo a
memoria de silenciosas vitórias,
Derrotas,
angustias e desafios,
Jamais findados
ou concluídos.
Levo em mim o
vazio
De ser
mudança,
De acontecer
mundano,
Provisoriamente
inscrito
No limbo do
espaço tempo.
quarta-feira, 3 de julho de 2019
A VELHICE DA NOVIDADE
Nascemos para
mudar,
Para criar e
transformar.
Ou, pelo
menos,
Somos educados
para isso.
Vislumbramos
sempre o novo.
Mas hoje tudo nasce antigo,
Previsível.
Somos um tipo
obsoleto
De
reformadores do mundo.
Ainda almejamos
o progresso e o futuro
Quando o próprio
tempo
Já não diz o
infinito do outro
Que escreve o
dia seguinte.
terça-feira, 2 de julho de 2019
sábado, 29 de junho de 2019
Assinar:
Postagens (Atom)