A posse de um eu já não nos determina. Nossas vidas são invisíveis. As multidões nos ultrapassam impondo o ritmo do impessoal, do padrão universal de consumo, dos modos de vida que já não cabem na existência de ninguém, mas a todos definem.
Nossos afetos são comuns, banais. Não nos tornam especiais. As biografias são descartáveis, variantes de enredos sociais pré definidos. Cada um de nós se tornou previsível, transparente para a organização normativa do real.
O que um eu ainda significa quando nosso comportamento deixou de ser criativo? Somos versões diferentes de um ego virtual pré concebido, apenas o conteúdo de um rótulo, de uma classificação. Nos reduzimos a qualquer tipologia social.