Mesmo aqueles
que buscam um destino ou um objetivo fixo não sabem o que vão encontrar através
do caminho, se permanecerão fies ao seu objeto ao longo de sua busca e da
invenção de suas narrativas e confissões de verdade.
Afinal, a
experiência de viver é sempre imprevisível e todos os arranjos existenciais são
provisórios e incertos. Dogmas e certezas podem nos definir um rosto, qualquer
identidade. Mas não esclarecem este complexo fluxo de realidades que nos
definem como um corpo através do mundo.
Habitamos
processos e descobertas na medida em que socialmente inventamos a realidade. O
chão sempre se move sob nossos pés. A questão é saber se mudamos com as coisas,
ou mudamos as coisas, ou, ainda, se a própria mudança é este processo de
encontro com as coisas mediante movimentos espirais de criação e recriação
constante de formas de existência. Neste ponto confrontamos grandezas
impessoais que nos atravessam e, ao mesmo tempo, nos configuram.