quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A EDUCAÇÃO COMO PROBLEMA


O otimismo iluminista (ou socrático) de que a educação pode nos conduzir ao melhor dos mundos ou, seja, a emancipação ou maioridade da própria humanidade, ainda frequenta nosso imaginário contemporâneo. Talvez isto se deva ao fascínio pela “verdade” que orienta desde os gregos a chamada civilização ocidental. A mitificação do saber e do conhecimento, da razão, seja como traço divino no homem, como na Idade Media, ou como instrumento de transcendência da natureza, como na época moderna, nos conforma a modos de vida profundamente influenciados por uma suposta autoridade ou superioridade do conhecimento sobre a vida. O viver, o bem viver, não é tido como um valor, como uma estratégia pessoal de auto desenvolvimento.  A introjeção de  saberes formais, canônicos e hierarquizados é o parâmetro para definição daqueles cuja fala é ou não é pertinente em termos sociais.  Desta forma, a educação se reduz a um mecanismo de seleção e adequação a norma, a "verdade", e ao conformismo social. Ela não nos proporciona qualquer potencial emancipatório, como propagado pelas narrativas dominantes. 

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