Pretendia apenas
o vazio de uma incoerência textual que inventasse uma narrativa nômade
estabelecendo uma moldura para o silêncio. Queria produzir através da linguagem
um dizer que não pudesse ser reduzido a informação, a prisão de qualquer
discurso disciplinar, normativo ou racional.
Trata-se aqui da
busca do relato de um mundo nu, sensorial e imediato. Um mundo que de tão vasto
é, ao mesmo tempo, particular, intimo. Um mundo que habita subjetivamente outros
mundos em estado de indeterminação e mutação permanente.
Um mundo que é
palavra, mas acontece nas entranhas da terra como experiência abstrata de tudo
aquilo que experimento no plano orgânico e inorgânico da imaginação.
Este mundo que é
o próprio corpo envolto pelo ambiente. Que estabelece um dentro e um fora
coincidentes como um se fazer mudo e ilegível, mas que guarda as intensidades,
plasticidade e movimentos de uma melodia. Esse mundo é a própria vida irredutível
a si mesma, indiferente a tudo que é vivo. Mas isso é apenas linguagem.... A
vida não esta no se fazer destas linhas.