É através do
corpo que habitamos o mundo, que inventamos a nos mesmos mediante diversas
estratégias de internalização do exterior. A subjetividade se produz neste
processo que pressupõe sempre a pluralidade de um eu e de um outro. O próprio corpo
afirma sua identidade móvel, múltipla, na medida em que se nutre de mundo, que é
ele mesmo uma diversidade de coisas em uma unidade de arranjos provisórios, de
interações permanentes. O subjetivo é sempre dialógico e condicionado a
impessoalidade da linguagem, da circulação de signos e símbolos, dos seus
arranjos de significado que sempre remetem a uma exterioridade.
Essa composição
entre o corpo que sou no movimento de
estar contido e conter em si mesmo o mundo como experiência de si mesmo é o
grande paradoxo que inventa a subjetividade em sua prossessualidade.