Na mitologia
grega o labirinto de Creta construído por Dédalo pala alojar o lendário Minotauro
parece ter estabelecido para nós o conceito de uma estrutura física formatada
por desenhos de encaixes desordenados, seja voltados para um centro ou para
varias saídas. Mas o aspecto que quero
ressaltar é que a imagem de labirinto esta mais associada a uma experiência espaço sensorial
de vertigem e desorientação do que propriamente a uma edificação prisional. Podemos
vincula-la a experiência do vagar sem rumo, tema que é muito mais amplo. Desta
forma, o gosto pela experiência labiríntica é presente tanto na arte quanto na narrativa
mítico religiosa de iniciação para caracterizar imagens mentais onde o indivíduo
é confrontado com algum tipo de estado de busca e desorientação. Por tal característica
a experiência de labirinto é sempre solitária.
Embora vinculado
tradicionalmente a busca por alguma experiência de verdade, o fato é que
podemos hoje vincular a imagem do labirinto a uma fuga da própria verdade. Tal
imagem pode representar no mundo contemporâneo a recusa das segmentações e
coletivismos que nos definem a vida comum. Ela pode dizer a condição dos loucos
e desajustados, convertendo-se em um símbolo de contra cultura.