Para Deleuze, a
verdade não é algo pré existente. É algo que a falseia ideias pré concebidas. A
potência do falso produz o verdadeiro. A verdade, enquanto uma construção
social, pressupõe a ação de
intercessores,
“O essencial são os intercessores. A criação são os intercessores. Sem eles não há obra.
Podem ser pessoas- para um filosofo, artistas ou cientistas; para um cientista,
filósofos ou artistas- mas também coisas, plantas, até animais, como em
Castaneda. Fictícios ou reais, animados ou inanimados, é preciso fabricar seus
próprios intercessores. É uma série. Se não formamos uma série, mesmo que
completamente imaginária, estamos perdidos. Eu preciso de meus intercessores para
me exprimir, e eles jamais se
exprimiriam sem mim: sempre se trabalha em vários, mesmo quando isso não se vê.
E mais ainda quando é visível: Felix Guattari e eu somos intercessores um do
outro.” (Guilles Deleuze. Conversações 1972-1990. RJ: Editora 34, 1992, p.156)
Os intercessores
nos permitem dizer, exprimir, fabular, criar. São essenciais a prática discursiva
e aos fluxos de pensamento. Jamais estamos sozinhos no fragrante delito de
fabular, de criar o real. Não há verdade que não pressuponha um sistema simbólico
e um esforço inventivo.