Este Blog é destinado ao exercicio ludico de construção da minima moralia da individualidade humana; é expressão da individuação como meta e finalidade ontológica que se faz no dialogo entre o complexo outro que é o mundo e a multiplicidade de eus que nos define no micro cosmos de cada individualidade. Em poucas palavras, ele é um esforço de consciência e alma em movimento...entre o virtual, o real, o simbolo e o sonho.
quarta-feira, 7 de março de 2018
JUNG, ALQUIMIA E LOUCURA
"A
alquimia representa a projeção em laboratório
de um drama ao mesmo tempo cósmico e psicológico."
C.G.Jung
Em psicologia e alquimia, Jung pensa a loucura contra a vontade de saber psicanalítico através do simbolismo alquímico.
O arcaísmo do humano contradiz a forma homem como imago dei da consciência moderna.
Expressa-se aqui a falência do mito cristão, que conduz a um salto ao passado
pagão para encontrar o futuro como ilusão de permanências teleológicas de uma
consciência que se transforma, que se reinventa, através da loucura e do dionisíaco,
deixando falar a psique objetiva, contra todas as ilusões iluministas de um eu racional.
terça-feira, 6 de março de 2018
SOBRE A INVENÇÃO DAS COISAS
Nada é o que parece ser à sombra dos
pensamentos. A aparência é a essência dos equívocos da percepção pré formatada
de cada época, onde apenas os paradoxos
ainda acordam estranhamentos na formatação
de experimentações, na rotina dos atos de linguagem..
A POÉTICA VIVA DAS COISAS SABIDAS
O fluir/devir despretensioso do fluxo
contínuo da existência é um acumulo de fatos abertos, de interpretações caóticas,
que desenham formas abstratas e múltiplas no cenário do pensamento, onde todo
esforço interpretativo avizinha a poesia.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
;BRANCURA DA FOLHA EM BRANCO
Lembrando Foucault , o ser da linguagem na "brancura da folha em branco" me leva a um silêncio, a um buscar sempre renovado de um dizer que inventa a morte e transcende o significante do significado contra a inutilidade do compulsivo esforço de sempre dizer. Todo livro é uma piada contra o vazio da linguagem.
terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
MUITO ALÉM DO MUNDO VERDADE
“...pode-se com efeito falar de
processos de subjetivação quando se considera as diversas maneiras pelas quais
os indivíduos ou as coletividades se constituem como sujeitos: tais processos só
valem na medida em que, quando acontecem, escapam tanto aos saberes constituídos como aos poderes dominantes. Mesmo
se na sequência eles engendram novos poderes
ou tornam a integrar novos saberes. Mas naquele preciso momento eles tem
efetivamente uma espontaneidade rebelde. Não há nenhum retorno ao “sujeito”,
isto é, a uma instância dotada de deveres, de poder e de saber. Mais do que
processos de subjetivação, se poderia falar principalmente de novos tipos de acontecimentos que não se
explicam pelos estados de coisa que os suscitam, ou nos quais eles tornam a
cair. Eles se elevam por um instante, e é este momento que é importante, é a
oportunidade que é preciso agarrar.”
Gilles Deleuze in CONVERSAÇÕES
Nossas representações da vida não
devem ser inspiradas por idealizações normativas, pela ditadura da verdade. Nossos
enunciados não transformam o mundo e muito menos o esclarecem. É o acontecer
imediato da existência, em sua ilegibilidade, que engendra a vida como co-
habitar o mundo através da linguagem. Tal espontaneidade é o que nos torna
acontecimento além do jogo entre significante e significado, mas ela é perecível,
descontinua. Apenas pode proporcionar a embriaguez de um instante singular.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
CLANDESTINIDADE
A clandestinidade é uma condição ontológica. Tornar-se um indivíduo não é ser alguém, viver um nome, realizar coisas, mas aprender a lidar com a própria clandestinidade como uma condição da singularidade que nos recorta na multiplicidade de coexistência de pessoas e coisas.
Não somos sujeitos, somos um emaranhado confuso de contradições, de experiências e processos articulados em uma unidade imaginária chamada " Homem".
A DECADÊNCIA DAS PALAVRAS
Envolvidos cotidianamente por um fluxo de palavras cegas, exprimindo sempre o supérfluo, reduzimos o dizer a informação, a redundância mimética das referências comuns. A Internet levou as últimas consequências a dispersão discursiva iniciada pelo rádio e pela televisão. Um silêncio tagarela nos define como indivíduos e como coletivos. Na era da informação perdemos até mesmo a capacidade de escutar.
sábado, 24 de fevereiro de 2018
O SIMULACRO DA IDENTIDADE
Existe uma exterioridade do discurso em relação a quem o escreve, uma autonomia do dizer que define a possibilidade de comunicação e formulação. Então, se a identidade é um atributo de nossas falas, ela também é uma desconstrução de nós mesmos como sujeitos ou produtores de discurso, pois reduz o discurso a uma máscara. A identidade com aquilo que dizemos é tão artificial e falsa quanto uma bandeira empunhada. A bandeira não fiz a si mesma, não significa em sua própria existência. Mas simboliza. Remete a algo que a transcende. Neste sentido, ninguém tem identidade, mas pertence a ela negando a si mesmo. Toda identidade é simulacro.
A MÁSCARA DA SEXUALIDADE
A sexualidade é uma máscara de identidade elementar. Antes de tudo nos reconhecemos como homens e mulheres e, portanto, nossa condição de sujeitos é dada pela sexualidade. Nossa possibilidade de inventar discursos são condicionadas à isso. Nossas vozes não são livres da marca da sexualidade. Mesmo o homo erotismo reproduz papéis masculinos e femininos em suas dinâmicas afetivas. Tal fato torna enigmática a pergunta: O que é, afinal, uma pessoa?
Assinar:
Postagens (Atom)